NOVA CULTURA
"Quando se desenvolve um processo, é preciso conhecer o mercado. E só se faz isso saindo a campo. Foi um trabalho de formiguinha, ir conhecendo os supermercados. Nos grandes centros, o dono só atende com hora marcada, mas, no interior, ele costuma ficar no estabelecimento o dia todo. Ele atende melhor, gosta que as pessoas visitem a loja e dêem opiniões, e assim começam os laços de amizade. Com base nessa experiência local, lancei um livro com três estudos de casos sobre como desenvolver um supermercado, um hotel e uma escola de inglês. A carência de informação das pessoas é muito grande nessas regiões, por se tratar de um mercado fechado. Quando elas pensam em exportar, não é possível, pois a produção ainda é pequena para quem negocia contêiner fechado. Estamos desenvolvendo um trabalho local, na tentativa de mudar esse quadro, com atendimento personalizado às empresas familiares."

RECONHECIMENTO
"Nas grandes capitais, você é apenas mais um, você é um número. Fora desses centros, sou reconhecido pelo meu trabalho. Cheguei sozinho em Campo Grande, sem conhecer ninguém, e fui bater na porta das universidades com a cara e a coragem, felizmente no momento certo. Sou formado em administração de empresas, com ênfase em comércio exterior, pós-graduação em marketing e MBA em administração. Escrevi o livro 'Da Empresa Familiar à Empresa Profissional' para tentar ajudar na melhora dos processos das pequenas e médias empresas familiares, meu nicho de atuação. Elas começam pequenas, sem ambições e, de repente, quando se vêem grandes, perdem-se no caminho do crescimento. Antigamente, víamos fusões somente entre pequenas organizações, mas hoje são as grandes que se estão agrupando, e, se as pequenas empresas não estiverem preparadas para enfrentar a concorrência nesta virada de século, a tendência é acabar. Como a qualidade vai obedecer um padrão internacional, elas têm que se diferenciar pela criatividade na prestação de serviços e principalmente pela agilidade na tomada de decisões."

ORIENTAÇÃO
"Toda empresa tem que traçar e controlar um planejamento estratégico para determinar o que ela quer e aonde deseja chegar. É preciso também avaliar a cultura local e estabelecer parcerias certas, pois o Brasil são vários países dentro de um. Isso uma empresa familiar raramente faz, perdendo a oportunidade de atuar em novos nichos de mercado. O risco e a perda, em alguns casos, podem ser fatais, e, às vezes, os próprios filhos não estão querendo tomar conta da empresa. O maior obstáculo que observo na administração familiar é a mudança de geração, predominando violentamente a filosofia de trabalho do próprio dono, que não costuma aceitar novas sugestões. São pessoas que têm medo de perder, porque começaram do nada, foram mascates, passaram necessidade. Eles precisam da ajuda de um consultor, mas de alguém consciente que conheça e esteja vivenciando a cultura dele e da sua região. De nada adianta vir com pacotes prontos, formatados em disquetes, que dizem fazer milagres. Essa é a diferença de atuar como consultor fora das grandes metrópoles: poder desenvolver um processo para cada empresa, com base em culturas diferenciadas."