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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 448 (05/11/2000)

Soluções em Manutenção

Tão difícil quanto escolher um nicho mercadológico para atuar de forma bem-sucedida no mercado, é resistir às tentações de conquistar outros segmentos sem estar preparado, deixando de manter o foco principal do negócio. Outro aspecto importante atualmente é conseguir transformar os produtos tradicionais em soluções sob medida para determinados grupos de clientes. Essa é a experiência que vem da Luporini Rolamentos Ltda. - www.luporini.com.br. Em depoimento exclusivo, Marcello Luporini, diretor comercial, fala das saídas encontradas para mudar velhos hábitos e apostar no crescimento da empresa.

MODERNIZAÇÃO
"A família Luporini começou no setor de rolamentos em 1923, com a chegada do meu avô no Rio de Janeiro. A empresa experimentou um ciclo de crescimento com a instalação de unidades em várias capitais do País, mas hoje o negócio concentra-se em São Paulo, que é o principal centro logístico do País no ramo de autopeças. Nos últimos seis anos, enquanto representantes da terceira geração, nós temos procurado introduzir na empresa conceitos mais modernos, com gestão participativa e um bom nível de abertura para os colaboradores, buscando trabalhar de forma integrada. No primeiro momento, fizemos um planejamento estratégico, fomos buscar alguns instrumentos mais avançados de informações gerenciais apuradas para poder compartilhar isso com toda a equipe na tomada de decisões. A partir disso, percebemos a oportunidade que o mercado estava oferecendo de estar demandando soluções em vez de simplesmente produtos."

FOCO
"Hoje em dia, não é mais possível vender apenas o produto. É preciso entender o que a clientela focada necessita e envolver-se com os problemas dela. O cliente quer solução para o negócio dele, para a vida dele, quer economia de tempo e qualidade. Quando uma empresa se estrutura para atender esse tipo de demanda, ajudando o cliente a identificar a sua necessidade efetiva, passa a existir um relacionamento entre as partes que certamente resultará em apuração de lucro. Foi observando esses aspectos que montamos um pacote voltado para o segmento de Vans e de alguns modelos de carros importados que precisam de agilidade na hora de fazer a manutenção geral, o que requer capital elevado e um direcionamento muito certeiro. Tudo na nova economia se resume a buscar o foco de trabalho e a criar uma receita que seja reconhecida pelo mercado. Por isso, decidimos fazer esse corte de maneira vertical, atendendo poucos veículos. São aproximadamente 500 peças para cada um. Quando ele pára, precisa fazer a manutenção desses itens de giro. Temos obtido um resultado muito bom com esse serviço para lojistas e centros automotivos especializados do Brasil inteiro, mas é preciso haver disciplina para resistir à tentação de atender outras demandas e ir ampliando conforme a possibilidade de investimento."

CRESCIMENTO
"Temos crescido, em média, 20% ao ano, com perspectivas de dobrar esse número a curto prazo. Observando o mercado de forma mais estratégica, buscando ver para onde ele caminha, estamos conseguindo perceber demandas mais complexas de serem atendidas, bem como oportunidades para posicionarmo-nos melhor. Constatamos também que as empresas progressistas desistiram de reclamar da conjuntura e entenderam que o mercado não vai mudar. Só vale a pena ser empresário no Brasil, que é um mercado maravilhoso para quem tem espírito empreendedor, para aqueles que gostam de correr risco administrado e de trabalhar com pessoas, além de saber montar projetos com velocidade e visão de futuro. O grande desafio está em deixar para trás os velhos paradigmas, a velha maneira de fazer negócio. Isso se faz, por exemplo, construindo projetos com os parceiros, trabalhando toda a cadeia de valor e acreditando que os colaboradores são competentes e honestos. Quem souber canalizar essas posturas de forma correta, dando chance para que os funcionários também evoluam, trabalhando em rede de maneira moderna e diferenciada, tem a possibilidade de crescer muito e só pode ganhar dinheiro no Brasil."


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