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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 283 (07/09/1997)

A Realidade da Empresa de Educação

Como em qualquer segmento econômico, os colégios, na qualidade de empresas de educação, também buscam no lucro a justa e legítima remuneração do risco do negócio e dos investimentos necessários para a realização das atividades operacionais para prestar serviços de qualidade e eficiência na formação das crianças e adolescentes mantidos sob sua guarda e responsabilidade. Nessas empresas, o processo educativo é componente muito delicado e sensível, que envolve aspectos humanos não presentes em outros agentes econômicos, demandando, por isso, profissionais altamente especializados e extremamente valorizados, obrigando a vultosos investimentos em treinamento e reciclagem, para atender sua responsabilidade social. Daí o equívoco do governo e de parcelas da sociedade quanto ao peso inflacionário das 'escorchantes' mensalidades que cobram, prevalecendo-se de sua condição 'privilegiada', em razão da situação da dramática falência do ensino público gratuito. A análise, realística, foi feita, em depoimento exclusivo, pelo empresário e educador José Everardo Rodrigues Cosme, proprietário do Colégio Dominus Vivendi www.colegiodominus.com.br – e também fundador e superintendente da Distrital Santa Catarina da Associação Comercial de São Paulo.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE
"A nossa 'mercadoria' - a formação educacional - e a 'clientela' - a maior riqueza dos pais, que são os filhos - são muito preciosas para se pensar apenas no aspecto mercantil. A ética profissional, dentro dos objetivos da educação, é algo absolutamente incomensurável: estando a criança sob a guarda e a responsabilidade de minha escola, incumbe a nós, também, zelar por sua integridade em todos os aspectos, moral, psicológico, físico etc. Em face da situação presente, quanto à segurança pessoal, à queda de padrões morais da sociedade, cabe à escola suprir a orientação e os esclarecimentos em especial acerca dos descaminhos da droga e da prostituição. Respondo, ainda, pelo comportamento e pelas atitudes de cada um dos funcionários, assegurando que o profissional, admitido na sala de aula para estar no dia-a-dia com a criança, participa do processo educativo com formação adequada e condição ética para que se possa devolver cidadãos úteis à sociedade."

EMPRESÁRIO E EDUCADOR
"No segmento da educação, têm-se duas categorias profissionais: o segmento tradicional, formado pelas escolas confessionais, originadas no trabalho dos jesuítas desde o início da colonização portuguesa, e posteriormente outras, ligadas a seitas religiosas; e os empresários leigos, na grande maioria pessoas que cresceram com o setor. O diferencial do empresário da educação em relação aos demais é que, além de investidor 'pesado', deve ser, antes de tudo, também, um educador. São, geralmente, professores-proprietários de pequena escola que, de alguma forma, foram crescendo, evoluindo com o aumento da oferta de alunos, devido ao crescimento populacional, bem como ao agravamento das deficiências e conseqüente decadência do ensino público. É o caso de colégios de renome, bem-sucedidos, como o Augusto Laranja, o Magister e o Albert Einstein, criados por empresários da educação - os dois últimos professores contemporâneos meus em escolas estaduais, na década de 70, que evoluíram para o negócio próprio -, disputando o mercado com as escolas confessionais de objetivo filantrópico discutível."

DIFICULDADES HOJE SÃO AINDA MAIORES
"Comecei há dez anos, com dezenove alunos, distribuídos em dois períodos, em oito salas de aula, isto é, praticamente tínhamos professores sem alunos - investi no professor para esperar o aluno. No entanto, atualmente, as dificuldades são ainda maiores, devido aos altos custos de instalações, equipamentos, mobiliário e pessoal, bem como à inadimplência, de aproximadamente 5,8 a 6% (não confundir com simples atrasos em carnês). Mais do que qualquer outro serviço ou produto, a escola é como dentista, você confia em um somente, que considera 'seu'. O pai adota a escola como sua e o filho ainda muito mais, porque há uma reciprocidade muito grande entre a confiança, o serviço prestado, a formação. Para suprir falha no currículo padrão, estaremos trabalhando cidadania e civismo como conteúdos nas várias disciplinas, para que sejam abordados, de maneira espontânea, pelo professor quando se abrir a oportunidade."


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