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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 195 (24/12/1995)

Uma Geração faz Mercado de Vídeo Evoluir

O vídeo empresarial, no Brasil, nasceu de duas dissidências - uma na publicidade e outra no jornalismo -, ambas ligadas ao sonho brasileiro de assumir um negócio por conta própria. Para as novas produtoras especializadas, vieram do jornalismo os profissionais de produção e, da publicidade, os de vendas. Mas esses papéis nem sempre foram fixos, pois o embate com o mercado, longe do guarda-chuva dos grandes veículos e das agências obrigou-os a fazer de tudo para sobreviver e consolidar um segmento que tinha tudo para explodir, já que a demanda potencial era imensa.
Antes de esse fenômeno ocorrer, Francisco Eduardo Mazziotti já possuía esse andar duplo, em que um pé na criação impulsionou o outro pé a entrar na área comercial e vice-versa. Como homem de vendas, trabalhou muitos anos em publicidade, tendo feito carreira na agência Talent, do seu guru Júlio Ribeiro. Mas o convite de Sérgio Motta Mello, ex-jornalista da TV Globo, para trabalhar com ele na recém-fundada TV1, resultou num sucesso tão grande que resolveu também ser empresário.
Primeiro, foi sócio do jornalista Ricardo Carvalho na produtora Argumento e, depois, em 1990, fundou a Vídeo Paulista - Tel.: (011) 871-5647. No depoimento a seguir, ele conta como evoluiu profissionalmente, por meio de sucessos e fracassos, prestando, cada vez mais, atenção nos clientes, com os quais, pela própria natureza do seu trabalho, precisa estabelecer um relacionamento profundo e transparente.

O CONTEÚDO DA COMUNICAÇÃO

"Sou publicitário e jornalista e, no início, fui vendedor de espaço publicitário no Jornal do Brasil. Trabalhei durante dezesseis anos, entre 1969 e 1986, em agências de propaganda de grande porte e comecei minha carreira como redator da área de criação, mas, depois, vagarosamente, fui aproximando-me da área comercial, especialmente atendimento e planejamento.
Por conviver com problemas de comunicação e marketing de empresas de médio e grande portes, acabei criando uma tecnologia, uma cultura, que me possibilitava entender os problemas desse setor. Dediquei-me a essa parte estratégica, que considero o conteúdo da comunicação, na qual não é necessariamente decidir, mas criar elementos, instrumentos - a pesquisa é muito forte nesse sentido - para identificar o que está acontecendo.
Quando fui trabalhar na TV1, eu já tinha feito uma série de investigações sobre o mercado de vídeo, uma sondagem sobre como os clientes encaravam esse assunto. Na época, as empresas não sabiam muito bem que precisavam da produção de vídeo, mas já existia essa necessidade."

CATEQUESE DOS PIONEIROS
"Comecei como diretor comercial e de marketing da TV1, trabalhando como a única pessoa de vendas. Fui para lá com a incumbência de colocar em prática o plano que tinha feito a partir das minhas investigações nesse segmento. Havia demanda potencial, mas não existia uma oferta de produtoras com condições de produzir vídeos, pois, normalmente, o que era feito eram os comerciais de propaganda, muito mais caros. Na mesma época, foi toda uma geração de pessoas para essa área, como o Dante Matiussi, o Luis Fernando Mercadante, o Valdir Zwestch, o Woile Guimarães, o Chico Santa Rita, entre muitos outros.
A maioria do pessoal de produção veio da televisão, enquanto a parte de marketing e da área comercial veio da propaganda. Os jornalistas não sabiam vender. A idéia inicial deles, inclusive, era ser um braço da televisão, mas eu não entendia assim. Eu achava que deveríamos ser instrumentos de comunicação das empresas, fazendo vídeos de treinamento e institucionais. Todo esse trabalho inicial, no fundo, tanto da parte dos jornalistas quanto dos publicitários envolvidos, foi de catequese.
A união com o Sérgio foi uma conjunção muito boa, pois ele é um ótimo profissional de produção, um cara muito rigoroso, que chegou a se assustar com o volume de negócios que consegui gerar. Foi aí que descobri que eu poderia ter meu próprio negócio."

CONCORRÊNCIA SELVAGEM
"Nunca consegui repetir aquela performance inicial. O máximo que consegui aqui, na Vídeo Paulista, foi US$ 1,2 milhão por ano. Quando estou em atividade, sempre vendo, mas, quando vendo, preciso entregar e, aí, acabo envolvendo-me na produção. Cometi um erro ao comprar, depois do segundo ano de funcionamento da empresa, a parte do meu sócio. Fiquei sem caixa, apanhei muito, cheguei até a mudar o foco da empresa, produzindo comerciais de cinema, mas isso não agregou valor, ao contrário, pois esse segmento é bruto, com concorrência selvagem.
Acho que errei por lentidão na tomada de decisão. Sempre estive seguro em relação à minha carreira, acho que estou no lugar certo, mas considero que ainda estou aprendendo a ser empresário. Acho que deveria ter acordado antes para os problemas. Com a crise interna, procurei o SEBRAE/SP e enxuguei brutalmente os custos internos, passando de doze para seis funcionários. Arrumei, também, dois sócios, um que cuida da parte financeira e outro que é diretor de comerciais.
Sempre trabalhei com grandes empresas, como Bradesco, para quem fiz todas as produções internas."


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