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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 194 (24/12/1995)

Novidades Importadas Lotam Vitrina

Enquanto aumenta a preocupação em exportar produtos, a importação ganha, cada vez mais, espaço, ao mesmo tempo que dezenas de milhares de brasileiros lotam os aviões para fazer compras em Miami ou Nova York. Sinal de que o grande mercado da economia globalizada está bem na nossa frente, nas cidades lotadas de consumidores ávidos por novidades.
Quem atenta para esse fato está-se dando bem, como Luis Felipe Machado Sant'Anna Filho, da Trekhos Importados - tel.: (0142) 34-2268, de Bauru. Ele montou sua loja de 52 metros quadrados, em dezembro de 1994, num shopping, oferecendo uma lista de 160 itens. Hoje, ele vende uma variedade dez vezes maior, fazendo muito sucesso entre a meninada e os jovens, que formam seu maior público, mas também chamando a atenção do público adulto. É porque ele tem de tudo: brinquedos, enfeites de Natal, porcelana chinesa, artigos eletrônicos, porta-retratos, agulhas para costura, chaveiros, itens de papelaria, relógios-despertadores, gaitas, isqueiros etc.
Sua vitrina vive lotada, mostrando a força que existe, quando há oferta, atendimento e preço baixo. É o que ele conta a seguir.

A LUTA PELOS FORNECEDORES

"Há muito tempo, eu tinha vontade de montar uma empresa. Um amigo meu trouxe dos Estados Unidos a idéia das lojas que estavam abrindo por lá e fazendo o maior sucesso, vendendo artigos por US$ 1, e, por isso, resolvi entrar nesse segmento, principalmente porque estava havendo a abertura comercial brasileira para os produtos importados. Fiz uma parceria com a Dólar In, que foi meio fracassada, pois, na época, acabei não recebendo a mercadoria.
Houve uma confusão danada com um grande atacadista, um importador, que deixou todo mundo na mão. Tinha feito um contrato de exclusividade para a região, em que eu me comprometia a comprar determinada quantidade de mercadorias para vender, mas ele não cumpriu as metas. Isso aconteceu em agosto de 1994. Abri esta loja com um estoque pequeno, pois não sabia onde comprar, quem poderia ajudar-me. Foi meio difícil no início, pois, em janeiro e fevereiro, baixa muito o movimento, porque é mês de férias e todo mundo sai da cidade. Mas, como eu tenho uma amiga em Marília que estava nas mesmas condições do que eu, fizemos o seguinte: quando ela descobria alguns importadores, passava para mim, e vice-versa. Com isso, fomos aumentando nossa oferta."

A COMPRA POR IMPULSO
"Já cheguei à conclusão de que o franchising pode ser bom por um lado, se o segmento estiver na moda, mas, por outro, é ruim, porque você fica sem jogo de cintura. Às vezes, você é obrigado, mesmo na crise, a comprar determinada quantidade de mercadoria. É preciso ter liberdade e flexibilidade para poder trabalhar com a mercadoria que você acha que está em voga.
Às vezes, você leva a maior fé num produto e ele não vende, como acontece com as travessas de plástico. Os consumidores, aqui, preferem os plásticos nacionais, porque são de melhor qualidade. Mas existem coisas nas quais você acredita pouco e dá um estouro de vendas, como, por exemplo, porta-retrato e gaita de sopro. Outra coisa que influi é o preço. Logo que eu abri a loja, vendia artigos entre R$ 1 e R$ 5, mas vi que eu poderia abrir mais o leque e oferecer outras coisas.
O perfil do meu comprador, 90%, é adolescente, que tem muita impulsividade. Na minha loja, as pessoas compram mais por impulso. Eles vêm aqui no shopping, entram, acham bonito, é barato, acabam levando."

GIRO GARANTIDO
"Talvez eu tenha dado sorte de entrar nesse segmento, que está em voga no momento. A grande sensação, hoje, são os importados. São baratinhos, e, como as pessoas estão completamente sem caixa, quando precisam dar um presente, gastam pouco e saem satisfeitas. Hoje, é preciso pensar muito mais no giro do que ficar com a mercadoria com o preço muito caro.
Tem muita gente reclamando e passando dificuldade, devido à crise que estamos vivendo, mas as pessoas ainda não se acostumaram a viver num país sem inflação. O empresário, hoje, precisa redimensionar seu lucro.
O governo ainda paternaliza muito a economia, e ela deveria ser livre, porque se ajusta sozinha. As pessoas estão procurando preço e não compram em qualquer lugar.
É interessante trabalhar com o público, porque você fica vendo como as pessoas se comportam. Disso você vai tirando conclusões, vai aprendendo. Atendendo bem, você acaba fazendo um público cativo. Mas é importante conquistar o público através das vitrinas. A gente faz de uma forma que, se você passar hoje, aqui, vai ver algumas coisas, se passar amanhã, já tem mais artigos.
Na minha loja sempre precisa ter uma novidade, senão a pessoa deixa de vir. Houve um momento em que vi a vitrina lotada e deixei ficar assim, pois, a cada dia, a pessoa presta atenção em determinados itens, selecionando o que quer ver e comprar. Sempre que vou no importador, tem alguma coisa diferente. Uma das coisas mais difíceis de definir foi criar os espaços para colocar as mercadorias e, mais tarde, conseguir implantar as gôndolas. Foi difícil, houve muito desgaste, levaram muito tempo para fazer.
O SEBRAE/SP tem-me ajudado bastante, dando idéias e prestando assessoria financeira."


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