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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 222 (07/07/1996)

O Nicho das Gaiolas para Pesquisa

Colocar ratos, cobras, insetos, coelhos ou escorpiões dentro de gaiolas para pesquisar, observar ou simplesmente criar é uma atividade que precisa do suporte de empresas especializadas. Antigamente, usava-se caixotes de madeira para acondicionar os animais, mas essa é uma solução obsoleta e completamente inadequada, pois esse tipo de material é facilmente corroído pela ação dos animais.
Hoje, as gaiolas são feitas de plástico especial, resistente a altas temperaturas, desinfetado dentro do forno, com tampas de aramados, que podem ser cobertos de zinco, cromo ou aço inoxidável. Todo esse aparato evita que o material fique deformado, como explica Georges Robert Efstathiou, diretor de vendas da Beiramar Indústria e Comércio Ltda. - Tel.: (011) 5182-0633. De propriedade da família, a empresa foi fundada em 1964, originalmente para produzir geladeiras para transporte de vacinas e sorvetes. A seguir, Georges fala sobre as mudanças desse estranho nicho, que possui um número reduzido de clientes, fornecedores e concorrentes.

A VOCAÇÃO DO DINHEIRO
"Meu pai chegou no Brasil, em 1950, e descobriu esse nicho através de amigos que eram pesquisadores. No início, ele começou a produzir geladeiras para a Kibon - e essa atividade originou o nome da empresa -, até que alguém falou que elas poderiam servir para transportar vacinas. Hoje, essa parte da firma está desativada. Mas, na época, as indicações sugeriam também outros produtos, como é o caso das gaiolas.
Comecei a trabalhar, aqui, em 1985, e, ao mesmo tempo, me formei em inglês. Além de cuidar da parte das vendas da empresa, dou aulas fora do expediente comercial, iniciando e preparando modelos masculinos e femininos que precisam viajar ao exterior. Além de mim, existem mais duas pessoas que são sócias: minha mãe, que cuida da parte financeira, e minha irmã, que se responsabiliza pela área administrativa.
Gosto de ganhar dinheiro, então faço o que eu gosto. Tenho a vocação das vendas no sangue. Os gregos, assim como coreanos e judeus, têm em comum esse lado voltado para o dinheiro. Em minha opinião, a gente gosta do que faz a partir do momento em que isso dá algum lucro. Se você é inteligente, vai adaptar-se. E, se você tem a sorte de herdar alguma coisa, tem a obrigação de desenvolver, de aprimorar o que você herdou."

CLIENTE É O MELHOR CRÍTICO
"Seis funcionários estão conosco, pois eu gosto de ter poucos colaboradores que trabalhem muito e com eficiência do que ter um monte de gente e muita despesa. Só vamos ampliar o negócio quando houver condições para isso. Não costumamos dar o passo maior do que as pernas. Depois da morte do meu pai, a empresa passou por um aperto, mas, aos poucos, fomo-nos equilibrando. Hoje, estamos em fase de reestruturação e de recuperação.
Nossos clientes estão na iniciativa privada e no governo. Minha estratégia é a seguinte: visito o cliente, com o qual aprendo muita coisa, pois o maior crítico do produto é quem o usa. O usuário é que conhece seu ponto fraco. Mostro a mercadoria, ele vai atrás de verba e esse processo, às vezes, demora uns seis meses. Nesse período, vou fazendo as visitas e as modificações que ele sugerir. Ao mesmo tempo, vamos patenteando todas as modificações. Os detalhes é que fazem os produtos diferentes uns dos outros. Se alguém tentar entrar no mercado, ele não vai conseguir produzir nada compatível com o que já temos na praça. As peças não vão encaixar."

CONSULTORIA DESCOMPLICA

"Não fabricamos nada, já que trabalhamos em regime de terceirização. Eu dou os moldes para os fornecedores, mas também assino com eles contratos de exclusividade. Existem muitas possibilidades de surgir defeitos nos produtos, por isso é preciso que o fornecedor seja bom, tenha qualidade. O material não pode ter variação nenhuma. E damos garantia pelo material e assistência.
Para evoluir, é preciso estar em contato com tudo o que está acontecendo e com tudo o que interessa, ou seja, manter contato direto com os clientes e fabricantes, entrar numa Internet, freqüentar congressos. O contato com o Sebrae/SP ajudou-nos muito, dando consultoria financeira e mostrando uma maneira simples de fazer coisas que eu estava complicando demais."


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