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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 223 (14/07/1996)

Uma Entidade Empresarial Dinâmica

Uma entidade que não depende de receita compulsória, existe há 101 anos e é pioneira em serviços tão importantes que são encarados, hoje, como de utilidade pública - como é o caso das informações sobre o crédito, por exemplo - está atravessando uma fase de dinamização. Ela é a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) - www.acsp.com.br -, que congrega uma grande diversidade de empresários, pois todas as atividades produtivas estavam sob um guarda-chuva único no século passado - o rótulo de comercial. É por isso que a ACSP - fundada em 1894 - tem nos seus quadros não apenas comerciantes mas também gente da indústria, da agricultura, das finanças, além de profissionais liberais, prestadores de serviço etc.
O presidente da ACSP - e também da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) gestão 95/99 -, Elvio Aliprandi, que tomou posse em março do ano passado, é um exemplo dessa diversidade, pois sempre foi um nome ligado à indústria metalúrgica e plástica. Dentro da entidade, onde atua desde 1979, procurou ampliar o leque de serviços, tendo ajudado a criar o Centro de Treinamento e Desenvolvimento Empresarial e o Departamento de Orientação Empresarial, que apóia os negócios com informações sobre legislação, tributação e gerenciamento. A seguir, ele fala sobre sua gestão e o papel desempenhado pelas entidades empresariais.

MAIS SÓCIOS

"Nunca imaginei ser presidente da Associação Comercial. Aconteceu simplesmente, nem houve disputa e sou considerado o primeiro presidente, em cem anos, que veio pelas bases. Hoje temos catorze sedes distritais e estamos caminhando para mais quatro. A ACSP foi a primeira entidade a descentralizar-se, há 45 anos, uma solução imitada pela prefeitura, que, a partir dessa iniciativa, fundou as Administrações Regionais da Capital. Hoje, temos cerca de 25 mil sócios, mas acho pouco. Para aumentar o quadro, precisamos formatar outros produtos de apoio ao empresário. Como presidente da Facesp, é possível criar mais espaço para a mobilização, pois ela representa 335 associações comerciais do estado, algumas delas muito grandes, como a de Ribeirão Preto, que tem quatro distritais, além da sede. Essa era uma entidade desconhecida, tendo sido legalizada recentemente. Por meio da Facesp, propus implementar o que eu chamo de ajuda a Brasília, uma capital que está distante dos grandes centros do País."

PROPOSTAS CONCRETAS
"Acho que antes de criticar os políticos, devemos criticar-nos. Foi por isso que, no fim do ano passado, falei que o importante não eram as siglas, mas a união de todos e convidei representantes de entidades empresariais e dos trabalhadores para um café da manhã. Tivemos, aqui, mais de quarenta entidades, houve grande repercussão e fomos chamados pelo presidente da República. Houve até uma reunião com a equipe econômica, em conseqüência desse evento. Nossas entidades, por serem ecléticas, com representantes de todos os segmentos da economia, têm a obrigação de promover esse tipo de encontro, que deveria estender-se para todo o País. Não devemos apenas ouvir, mas também exigir, colocar firmemente nossas opiniões e levar algo de concreto. Devemos ser específicos em nossas propostas. Por exemplo: retirar os tributos incidentes sobre a agricultura de exportação. Eliminando esse ônus, vamos incentivar as exportações e, conseqüentemente, tudo vai melhorar nas cidades que se caracterizam por esse tipo de agricultura. Isso vai irrigar economicamente esses municípios, mantendo o trabalhador local e evitando a migração."

PEQUENO É SUSPEITO
"Em todas as minhas viagens para o exterior, sempre a trabalho, algumas vezes representando o Brasil, verifiquei que a força de uma Alemanha, Itália, França são as micro, pequenas e médias empresas. É preciso dar um tratamento diferenciado para o pequeno. Hoje, se ele for a um banco, o tratamento é da pior espécie, é como se ele fosse uma pessoa suspeita. É que tanto faz um empréstimo de R$ 10 mil ou de R$ 500 mil: o trabalho para o banco é o mesmo. Então, os gerentes, é claro, preferem os grandes empréstimos. Outra medida importante é a reforma partidária, com a introdução do voto distrital ou, no mínimo, do voto misto. A sociedade precisa estar bem representada e mobilizada. Toda vez que, na Europa, os governos tentam mexer em alguma coisa, manifesta-se a união entre a classe trabalhadora e os empresários."


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