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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 224 (21/07/1996)

Self-Service Diferente Chega ao Interior

A alternativa de refeição self-service nos restaurantes das grandes cidades já está há muito tempo incorporada à correria do dia-a-dia das pessoas. Quem precisar fazer uma refeição rápida encontra numerosas opções de refeição com qualidade e agilidade compatíveis com suas necessidades imediatas, principalmente nas capitais. Entretanto, no interior, esse tipo de refeição é recente e com uma inovação: a lanchonete self-service, onde o próprio cliente monta o hambúrguer e o hot-dog de acordo com seu gosto, dispondo de filés, frios variados, legumes, molhos e pães quentes de diversos tipos. Esse serviço inédito está sendo oferecido desde 1º de dezembro de 1995, em São Carlos, interior do Estado de São Paulo, pelo empresário Luís Carlos Netto Mangabeira, em sua lanchonete Lual Fast Food . Luís e sua esposa são o tipo de empresários que "colocam a mão na massa". "Na empresa em que trabalhava, aprendi tudo sobre o controle de qualidade total. Por isso, tenho grande preocupação com a qualidade das compras que faço. Pesquisei muito os fornecedores de São Carlos e região; agora, eu e minha esposa cuidamos pessoalmente das compras", diz. A seguir, Luís relata sua experiência como novo empreendedor.

SUCESSO, ALÉM DAS EXPECTATIVAS
"Após trabalhar durante vinte e cinco anos na área financeira de uma grande empresa, decidi sair da capital paulista em busca de melhor qualidade de vida. Planejava montar uma empresa própria para quando me aposentasse. Queria deixar de ser empregado, porque, a meu ver, é uma situação que massifica muito as pessoas. Depois de pesquisar várias cidades, optei por São Carlos. Pensei em abrir uma franchising, mas logo desisti da idéia, porque exigia um capital inicial muito grande e, depois, iria acabar dividindo os lucros. Além disso, eu tinha uma idéia e cheguei à conclusão de que iria fazer por conta própria o mesmo que o franchising. Procurei um ponto comercial e abri a minha lanchonete self-service, que já começou a funcionar em dezembro de 1995, teve excelente receptividade e, em conseqüência, já enfrentou um boom de vendas. O público superou as expectativas, e precisei reformar algumas áreas da lanchonete, aumentando, por exemplo, o número de chapas."

É VITAL CONHECER A ATIVIDADE

"Satisfeito em seu novo ramo, Luís afirma que todo novo empresário precisa adquirir conhecimentos teóricos sobre o tipo de negócio em que deseja atuar, procurando orientação de órgãos especializados para viabilizar seu projeto, somando a esses procedimentos coragem e muito trabalho. A primeira dificuldade foi conhecer o ramo da alimentação, que escolhi. Trata-se de área muito sensível: não tendo experiência, você não sabe como e quanto vai comprar, pois trabalha-se com gêneros altamente perecíveis. Por isso, considero-me, ainda, na fase de aprendizado no ramo de lanchonetes. Não está sendo fácil, por exemplo, administrar de maneira adequada um estoque formado basicamente de gêneros perecíveis. Como, após a inauguração, tivemos um movimento muito grande, não tenho idéia precisa de como vão ser as vendas, principalmente nessa etapa inicial, para que se possa projetar o estoque de acordo com o movimento normal. A solução, mesmo, é esperar dispor de um retrospecto de pelo menos seis meses de operação para saber exatamente qual a média mensal das vendas e poder formar um estoque economicamente 'ótimo'.
A característica que diferencia minha empresa das demais do ramo não é só o self-service mas também a apresentação e a qualidade dos alimentos. Assim, o potencial de meu produto na cidade é muito grande. Alcanço o público jovem, que está acostumado a freqüentar lanchonetes de shopping centers, mas pretendo conquistar, também, seus pais. Para divulgação do negócio, utilizo, principalmente, rádios FM e jornais, que atingem meu público-alvo. Sendo São Carlos uma cidade com muitos estudantes, neste ano pretendo diversificar o mercado, especialmente abordando as escolas e as faculdades, por intermédio da distribuição de panfletos e da divulgação em jornais internos.
A falta de mão-de-obra especializada é outro problema sério. Tenho recrutado funcionários de outros locais, devido à dificuldade de encontrar gente com prática em trabalhar em lanchonetes, principalmente de acordo com o meu sistema, que é inovador, com o que os profissionais da área não estão acostumados ainda. A minha intenção é manter uma equipe com profissionais competentes e treinados. Eu mesmo ministrarei o treinamento."

ORIENTAÇÃO PARA VENCER OBSTÁCULOS
O pequeno empresário, no Brasil, encontra uma série de dificuldades, porque os incentivos para a microempresa ou são insuficientes ou não são bons. Ele tem de lutar com suas próprias armas. Procurei o Sebrae para me orientar, porque, realmente, sem essa orientação, você só tem a cara e a coragem. Todo candidato a empresário necessita, primeiro, ter um conhecimento teórico do assunto, saber como funciona uma microempresa e manter contato com quem já atua no setor, pois não adianta aventurar-se num negócio qualquer sem conhecer o ramo. Além disso, deve munir-se de muita coragem, força de vontade, de muito trabalho, mas muito mesmo."


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