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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 234 (29/09/1996)

Extintores que não Apagam Incêndio

O segmento de proteção contra incêndio, especialmente quanto à manutenção, inspeção e recarga de extintores, está completamente afundado no descrédito. Os preços cobrados pela maioria das empresas responsáveis por esses serviços nem chegam a cobrir as despesas para a retirada dos extintores do local em que estão instalados, levá-los para a oficina, trocar o selo-lacre Inmetro e devolvê-los ao cliente.
O mais grave é que o próprio mercado é o maior responsável por tal situação, exigindo somente preços, e não qualidade, sem levar em conta a seriedade dos riscos que envolvem vidas humanas, patrimônio e segurança do operador, onde esses equipamentos são necessários para debelar princípios de incêndio. Isso não significa que tais preços devam ser elevados, mas precisam refletir exatamente os níveis de custos mais a margem de lucratividade do prestador dos serviços.
Quem faz o alerta é o engenheiro Irineu Büller Almeida Jr., proprietário da Büller Consultoria S/C Ltda. - Tel./fax: (011) 578-5434 -, especializada em prevenção contra incêndios e treinamentos práticos sobre inspeção, recarga e teste de extintores.

SERVIÇOS PRECÁRIOS

"No mercado brasileiro, cerca de 5 mil empresas trabalham à vontade, sem receber nenhum tipo de fiscalização, utilizando selo falso e muitas, até, sem a certificação de capacitação técnica.
Dos 8 mil extintores verificados no primeiro semestre deste ano pelos fiscais do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM), 5,7 mil foram apreendidos por falta de qualidade e segurança. Destes, 62% eram de uso automotivo e 38%, utilizados em lojas, restaurantes, condomínios, indústrias e outros estabelecimentos do comércio em geral. As irregularidades foram encontradas em 74 empresas de vistoria e recarga, das 90 inspecionadas. Segundo a fiscalização, 59,46% das empresas não eram capacitadas tecnicamente para realizar os serviços de manutenção e recarga de extintores; 16,22% não revisavam o equipamento ou não renovavam a carga em conformidade com as normas de qualidade e segurança exigidas por lei; e 12,16% nomeavam postos de recarga sem condições para executar os serviços."

COMO É UMA INSPEÇÃO CORRETA

"Anualmente, é preciso efetuar a inspeção (visual) dos extintores de incêndio, por pessoal habilitado, para determinar se continuam com as condições originais de operação. Obrigatória por norma, a manutenção pode ser feita num primeiro nível apenas com limpeza dos componentes, reapertos, substituição ou colocação de peças e conferência da carga. Já no nível 2, faz-se a desmontagem completa do extintor, a verificação da carga, bem como quanto a eventuais vazamentos e a danos e corrosão, a regulagem de válvulas, o ensaio de indicador de pressão, reapertos de roscas, pintura e colocação de quadro de instruções e de lacre identificando o executor. No terceiro nível, remove-se a pintura e aplica-se novo tratamento à superfície do cilindro e dos componentes, realiza-se o ensaio hidrostático do recipiente para o agente extintor e do cilindro para o gás expelente, bem como da válvula de descarga e da mangueira e recarga do extintor, conforme especificação. Para maior confiabilidade, é recomendável executar a manutenção do segundo ou terceiro nível."

CONSUMIDOR TAMBÉM É RESPONSÁVEL

"Há muitos casos comprovados de fraude, apesar de a empresa apresentar o selo do Inmetro, atestando que é idônea e preenche os requisitos. Boa parcela de responsabilidade pela situação cabe à clientela, que não se preocupa em fazer um teste de funcionamento, ao receber os equipamentos vistoriados, em qualquer das peças escolhidas aleatoriamente, para verificar se a empresa efetuou a manutenção nas condições requeridas.
Deve-se exigir sempre do fornecedor o Certificado de Capacitação Técnica, que ele mencione de maneira clara no orçamento o serviço a ser executado, o prazo de garantia, a ordem de serviço, indicando os serviços executados e as peças trocadas e o selo-lacre verde e amarelo do Inmetro afixado nos extintores.
O selo do Inmetro, que já está com a sua validade tão comprometida como o anterior, da ABNT, precisa ter a credibilidade resgatada em benefício das empresas sérias que atuam no setor e, sobretudo, da própria população, garantindo seu bem mais precioso - a vida."


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