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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 248 (05/01/1997)

O Mercado da Franquia Pública

O sistema de franchising - atualmente um êxito total na livre iniciativa - também está tornando-se excelente perspectiva de negócio nos serviços públicos. Não obstante os Correios serem um dos poucos exemplos de franquia no setor público, algumas empresas na área de telecomunicações, como a Telerj e a Telebahia, também estão examinando o assunto. Serviços de medição e ligação de água, energia elétrica e gás, distribuição de contas, controle de poluição e assistência técnica poderiam ser prestados por franqueados que, assim, ampliariam o leque de serviços ofertados, entrando em segmentos nos quais a empresa pública atualmente não opera, contribuindo para aumentar a sua receita.
Essas são algumas das conclusões de estudo desenvolvido recentemente pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP) - Tel.: (011) 212-3080 - segundo informa, em depoimento exclusivo, o professor José Augusto Guagliardi, coordenador do trabalho, mostrando que o sistema de franchising pode ser importante recurso para superar algumas carências na prestação de serviços públicos, tornando-os mais eficientes. Além disso, seria igualmente uma alternativa para reduzir a mão-de-obra do setor, permitindo que uma parcela desses funcionários experientes e treinados possa abrir a sua franquia.

EXIGE TRANSPARÊNCIA DAS OPERAÇÕES
"A adoção de franquias irá regular os serviços, porque exige total transparência das operações para que o sistema possa funcionar. Isso significa que a prestadora de serviços para a estatal não mais poderá ser escolhida a critério de seus dirigentes, mas sim via edital de licitação.
Esses privilégios de concessão aconteceram com as franquias dos Correios, para os quais políticos indicaram alguns amigos, e, ao final, as agências tiveram problemas com isso... Umas das condições fundamentais nesse tipo de atividade é que não pode haver 'indicações', precisa ser uma coisa aberta, com licitação e certos requisitos. Esse negócio de por assim dizer 'amigo' não funciona, porque, com certeza, haverá problema de incompetência. O caminho natural será abrir a possibilidade aos próprios funcionários que queiram desligar-se do serviço regular e conhecem o setor: trata-se de gente de boa qualidade, que prestou concurso e tem boa formação."

EFICIÊNCIA E REGULAÇÃO DO MERCADO
"O usuário, na verdade, quer um serviço mais rápido e com uma base de preço, o que, atualmente, não acontece. Você contrata serviços de eletricista ou de hidráulica e não sabe quanto lhe irão cobrar. Geralmente, ele gasta uma ou, no máximo, duas horas no serviço e cobra um preço absurdo, sem nenhuma consideração para o valor real da moeda. Com a abertura do sistema de franquias, o mercado terá regulamentação, o franqueador a responsabilidade pelo serviço que leva a sua marca e, também, atendimento com qualidade e presteza. O franqueado vai querer resolver logo o problema do cliente, pois, assim, terá a remuneração pelo serviço. Ganha o franqueador, pela imagem de eficiência e os royalties pela concessão, o franqueado e, finalmente, o consumidor, que fica satisfeito pelo problema resolvido a contento e rapidamente, mesmo que pague um valor maior, mas sem ser explorado. O consumidor está ávido pela dinamização e melhora dos serviços públicos, só que as empresas não respondem à altura."

CONCORRÊNCIA TAMBÉM NO SETOR PÚBLICO
"Veja-se, por exemplo, o caso das telecomunicações: você espera quase três anos para obter um telefone celular, pois a empresa não tem condições de fazê-lo mais rápido. Também uma ligação de água, às vezes, demora até um ano para se conseguir. É um absurdo, pois a empresa pública está deixando de ganhar. Ou ela parte para a concorrência e atende o consumidor, que é o elemento mais importante do processo, ou simplesmente terá de sair do mercado.
Isso, efetivamente, ainda não aconteceu, porque as estatais são privilegiadas por uma reserva de mercado, uma garantia de território para trabalhar, enquanto o setor privado enfrenta a concorrência, por assim dizer, em cada esquina, às vezes, até mesmo da própria marca. A situação, no entanto, está mudando, como no caso dos Correios, em que algumas empresas particulares já oferecem serviços que, anteriormente, eram exclusividade dele."


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