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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 525 (28/04/2002)

Compensação em Tempo Real

O novo Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB), que entrou em vigor no dia 22 de abril, será implementado de forma gradativa, com algumas etapas previstas para a sua consolidação. Em agosto, essa mudança deve aprofundar-se até entrar em vigor plenamente em janeiro de 2003, colocando o Brasil num patamar equivalente aos países desenvolvidos e a representantes da América Latina que já adotam essa forma de pagamento. Sem dúvida, trata-se de um processo de modernização dentro do contexto da nova economia, mas estamos dando um passo além com a criação de uma câmara de compensação interbancária de operações de câmbio que é a segunda no mundo, depois de Israel. Esse avanço vai favorecer as negociações de comércio exterior, barateando o custo e tornando as transações mais seguras, por ocorrerem em tempo real. Para esclarecer as dúvidas referentes ao assunto, ouvimos o depoimento exclusivo de Antonio Hermann Dias Menezes de Azevedo, especialista em mercado financeiro e diretor da BDO Directa Consultores - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3277-2199, empresa de consultoria internacional voltada a soluções de gerência estratégicas e financeiras.

BENEFÍCIOS
"O SPB é uma das principais mudanças introduzidas no sistema financeiro brasileiro dos últimos anos, configurando uma revolução maior até mesmo do que a reforma bancária ocorrida na década de 60. Ela vai mexer profundamente com as nossas relações comerciais entre todos os agentes econômicos, trazendo importantes vantagens macroeconômicas à sociedade. A implementação desse novo sistema foi motivada, a princípio, porque o Banco Central decidiu que não correria mais o risco privado da quebra de uma instituição financeira. Isso significa que nós vamos ter muito mais controle sobre as contas públicas, em especial das contas de déficit fiscal, porque, quando um banco chegava à falência, o Tesouro tinha que aportar recursos, o que acabava gerando custos em âmbito social. Os benefícios práticos do dia-a-dia vão dar-se por meio da segurança na liquidação das operações e da rapidez com que essas transações serão feitas em tempo real para valores a partir de R$ 5 mil."

DEMOCRACIA
"Todos os empresários serão beneficiados pelo sistema, seja em termos de porte, seja em termos de segmento de atuação. No entanto, o impacto da adaptação necessária à sua implementação vai acontecer de maneira democrática, ou seja, quanto mais complexa for a organização, maior será o investimento em sistemas de acompanhamento do caixa, o que não será tão necessário para um pequeno empreendedor e muito menos para as pessoas físicas. Os pequenos empresários devem manter-se bem informados e também monitorar algumas funções, mas o investimento que ele eventualmente terá que fazer será muito menor do que o de uma grande empresa. Dessa forma, o ônus provocado por essa mudança será balanceado de acordo com a capacidade produtiva e com os recursos de cada um. Na medida em que o SPB for mudando a maneira de liquidar as operações, vamos estar assistindo a uma migração de pagamentos em cheque e doc para um meio eletrônico. Aqueles que transacionam muito com cheques, em especial os comerciantes, terão que rever sua estratégia, uma vez que a emissão de cheques será inibida dentro de um prazo suficiente para que toda a economia se adapte a essa formalização."

PLANEJAMENTO
"O novo sistema vai requerer profissionais com bastante conhecimento de liquidações bancárias. Vai exigir também o gerenciamento das entradas e saídas do caixa com antecedência. Está sendo criada dentro das instituições financeiras e das empresas a função de ‘piloto de caixa’, que vai ser o responsável qualificado pelo monitoramento do fluxo de caixa, verificando a disponibilidade do momento em todas as contas, o valor das tarifas, além de indicar o melhor instrumento para liquidar uma operação. Esse ‘piloto’ pode ser uma pessoa, um sistema ou departamento inteiro, dependendo do porte da organização. Para evitar problemas de inadimplência, é necessário que as empresas e os empresários negociem desde já linhas de crédito adicionais com seus bancos, que certamente terão que ser aumentadas, de acordo com cada caso."


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