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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 620 (22/02/2004)

A Rotina do Sufoco

Apesar do imenso potencial de crescimento, de um contingente populacional que aumenta de forma vertiginosa e dos recursos naturais abundantes, que fazem o Brasil se destacar nas projeções para o futuro da humanidade, o empresário nacional sofre as conseqüências da vida miserável a que grande parte dos cidadãos está submetida. Essa pobreza, estampada em números nas capas das principais revistas de informação, traz à tona uma realidade que explica as razões responsáveis pelo comprometimento das nossas riquezas. A falta de incentivo aos negócios de menor porte, que representam 98% das empresas brasileiras, em termos de financiamento e entraves burocráticos, acaba gerando um dos ambientes mais sufocantes à livre iniciativa em todo o mundo. Luiz Marinho da Silva Jr., diretor da LM Comércio e Representações - www.lmcom.com.br, que trabalha com produtos audiovisuais para o mercado corporativo, é um exemplo de empresário que encontra dificuldades para sobreviver, mesmo depois de 25 anos de atuação. Em depoimento exclusivo, ele relata os problemas que enfrenta, além de convocar associações, entidades de classe e os próprios dirigentes empresariais para a defesa urgente do pequeno negócio.

CRÉDITO
"O grande problema é a falta de uma linha de crédito realmente direcionada para as pequenas e as médias empresas, assim como existe para as grandes corporações, mas de forma proporcional. A função do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (e esse S normalmente passa despercebido) deveria ser desempenhado um papel social no sentido de fomentar a economia com o objetivo de gerar oportunidades de trabalho para a população brasileira. No entanto, o dinheiro que deveria ser canalizado para quem realmente pode fazer deste país uma grande potência mundial só tem ajudado aqueles que não precisam desse auxílio. Além de terem condições melhores junto dos bancos particulares e governamentais, as multinacionais podem obter recursos nas suas matrizes a juros insignificantes. Nossa principal dificuldade é conseguir capital para poder trabalhar, porque infelizmente os bancos não estão cumprindo a sua função social no Brasil."

AGLUTINAÇÃO
"Também falta aos pequenos e médios empresários um canal de aglutinação para que nós possamos ter condições de pressionar os poderes constituídos nas três esferas de poder no sentido de fazer cumprir a função social dos bancos. As entidades de classe podem ser esse canal capaz de conscientizar e aglutinar todas as categorias que representam a força produtiva deste país. Se for necessário um milhão de assinaturas para mudar uma lei, para fazer com que o BNDES destine um percentual significativo aos negócios de menor porte, vamos unir os interessados para ter esse poder de negociação. Cerca de 90% do sucesso de uma política econômica e da retomada do crescimento está diretamente ligada à livre iniciativa. Se ela não tiver fôlego, acontece isso a que estamos assistindo hoje, ou seja, um País rico sob todos os aspectos, mas cheio de problemas sociais que afetam a vida de todos os cidadãos."

SEM CARIDADE
"Nós precisamos tirar da cabeça do pequeno empresário que os bancos fazem caridade. Não temos que ir de chapéu na mão como se estivéssemos mendigando por aquilo que, pela lógica da economia, seria um direito nosso. Em todos os países do chamado Primeiro Mundo, o desenvolvimento econômico é movido a crédito, e, para isso, existem os agentes financeiros. No caso do Brasil as empresas de pequeno e médio portes são realmente os principais protagonistas da economia, gerando 80% dos empregos, uma vez que as grandes organizações já estão totalmente robotizadas. Nós temos problemas urgentíssimos a serem resolvidos. Por isso, precisamos tomar medidas a curto e médio prazos, porque a longo prazo todos estaremos mortos. Nesse sentido, a união é fundamental. Vamos reivindicar a qualquer custo os nossos direitos, pois não estamos pedindo esmolas, mas sim condições para trabalhar. Temos mesmo que parar de chorar e partir para a ação, exigindo recursos para poder produzir, gerar empregos e aumentar o mercado consumidor."


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