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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 764 (26/11/2006)

O Novo Sucessor

O processo de sucessão familiar que se configura atualmente, especialmente nas médias e nas pequenas empresas brasileiras, está cada vez mais distante da simples troca de comandos que norteou a maioria das organizações empresariais no século passado. A concorrência acirrada pela globalização da economia, a necessidade de profissionalização e a enorme variedade de opções para o desenvolvimento de carreiras inéditas aqui e no exterior constituem alguns dos fatores que fazem com que uma família tenha que planejar, desde cedo, até que ponto vale a pena manter o negócio sob a mesma direção, avaliando se existe o grau de interesse necessário por parte dos sucessores. Com o objetivo de contribuir para esse momento delicado de transição dentro da complexidade do universo corporativo de hoje, a psicóloga Magda Geyer Ehlers, diretora da Geyer Ehlers Consultoria Empresarial e do Instituto Sucessor Geyer Ehlers - e-mail: [email protected] - Tel.: (51) 3328-8220. Especializou-se no treinamento e no desenvolvimento de sucessores empresariais. Em depoimento exclusivo, ela revela de forma bastante objetiva os principais desafios a serem enfrentados tanto por aqueles que deixam o poder quanto para aqueles que vão passar a assumir as responsabilidades dentro das empresas.

CHOQUE DE GERAÇÕES
"O choque de gerações vem acontecendo de forma mais visível e chamando-nos a atenção nos últimos vinte anos, porque houve uma mudança de comportamento muito grande na forma de educar os filhos. No entanto, a diferença de passagem de uma geração para outra sempre existiu, mas, quando a segunda geração aprende a conviver com a obra do fundador, tudo fica mais fácil. Quando vem a terceira geração, que já está muito distante do sacrifício que a família teve que enfrentar desde o início, que é a geração do País globalizado que se criou com a abertura do mercado e com uma diversidade de alternativas muito grande, fica bem difícil estar alinhado com a cultura internacional e, ao mesmo tempo, ter que trabalhar, administrar e dar continuidade dentro desse contexto a um negócio que surgiu e foi consolidando-se em outro tempo, dentro de ritmo diferente de crescimento".

MODELO PROFISSIONALIZADO
"Cada vez mais, o mundo prepara-se para essa passagem de comando dentro das empresas. Hoje, no Brasil, temos o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, que trata do tema da gestão familiar como forma de administrar a empresa profissionalmente. Atualmente, fala-se do sucessor como um indivíduo a ser estimulado a trabalhar primeiro fora da empresa da família, para fazer uma carreira profissional e galgar cargos por competência, e só vir para o negócio familiar quando tiver as mesmas condições de um profissional do mercado. Quando nos deparamos com uma empresa com cem anos, moderna e atualizada ao passar de geração para geração, sabemos que isso foi possível graças a um modelo extremamente profissionalizado de gestão, com conselho de família e com conselho fiscal determinados por toda uma estrutura que está bem longe da informalidade. Antes, nós falávamos da empresa do dono, enquanto, hoje, falamos de uma organização que, para disputar o jogo da sobrevivência, precisa estar alinhada, antes de tudo, aos desejos do mercado".

SOFISTICAÇÃO
"Atualmente, a gestão estratégica de uma empresa prevê alianças, fusões, aquisições e abertura de capital. Esse movimento todo aumenta o leque para que os sucessores possam atuar de diversas maneiras. Ele é um elemento do processo de sucessão, mas não é mais o decisivo, o ponto principal. Como essa transição se sofisticou bastante, chega a ser inapropriado conduzi-la apenas internamente, pois falta a visão critica e a isenção necessária de uma pessoa de fora, que aglutine a família, para que haja boa condução do processo. O sucedido só terá condições de conduzir bem a sucessão se tiver um novo projeto para começar, um novo sonho de vida, caso contrário, ele vai embotar a conscientização racional de mudança imposta pelo profissionalismo e pelas novas exigências mercadológicas. Acreditar que se pode construir uma história na terceira geração igual à da primeira é desconsiderar que o mundo mudou".


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