Factoring Visa Capacitação Empresarial
Os pequenos e médios empresários, que, em geral, costumam desempenhar com extrema competência sua atividade-fim no mercado, muitas vezes mostram-se despreparados para gerir seus próprios negócios do ponto de vista administrativo. O acúmulo de duplicatas vencidas, e a venda indiscriminada de produtos e serviços a clientes sem nenhum tipo de referência são sinais claros dessa falta de habilidade para manter o empreendimento sempre saudável, com liquidez garantida. Assegurar esse apoio por meio da identificação e da solução dessas falhas e a conseqüente compra de crédito resultante das vendas mercantis consistem na função básica do factoring. A visão equivocada de que as empresas desse segmento atuam apenas para "descontar" promissórias e cheques pré-datados está sendo alterada, graças aos esforços da Federação Brasileira de Factoring (Sistema Febrafac/Anfac) - www.factoring.com.br - Tel.: (11) 289-8711. Luiz Lemos Leite, ex-diretor do Banco Central e presidente da entidade, fala, em caráter exclusivo, sobre a origem e as perspectivas desse tipo de prestação de serviço tão difundido em outros países, porém ainda recente e mal interpretado no Brasil.
HISTÓRIA
"A palavra factor, que vem do latim, designava a figura criada pelo poder público romano para integrar e consolidar as conquistas bélicas dos seus exércitos. Era um agente mercantil estabelecido em várias regiões daquele vasto território, que tinha por objetivo colher e transmitir informações de uma praça para outra, receber, armazenar e vender mercadorias, cobrando uma comissão para isso. Tratava-se de um consultor com total autonomia que tinha só uma credencial do Estado, sendo essa a essência da nossa atividade. Na época das grandes navegações, o método adotado era o mesmo, pois os conquistadores deixavam nas terras descobertas um representante para desenvolver o comércio. Mas foi com a colonização americana que um desses profissionais que fornecia todo o suporte à florescente indústria têxtil dos Estados Unidos teve a idéia de propor aos seus clientes a compra à vista dos créditos, no sentido jurídico, gerados pelas vendas. Foi exatamente aí, em 1808, que surgiu o que hoje chamamos de factoring, mas que no Brasil está muito desvirtuado."
BINÔMIO
"O factoring, praticado hoje em mais de cinqüenta países, funciona como um conjunto de serviços que uma empresa especializada e reconhecidamente mercantil presta, sobretudo ao segmento das pequenas e médias organizações, que têm dificuldade de identificar suas carências em como administrar a aquisição de matéria-prima, estoque, fluxo de caixa, lucro, estando isso conjugado à compra dos direitos contratuais das vendas. Todos os nossos 720 associados assinam um documento que os obriga a desenvolver a atividade dentro desses parâmetros. O maior comprovante do factoring é a prestação de serviços, sendo a compra dos créditos uma conseqüência. Em cima, é cobrada uma comissão, cujo valor, no Brasil, está em torno de 0,8%, considerando o volume de serviços prestados ao cliente. Nós operamos apenas com pessoas jurídicas, por intermédio de um contrato de fomento mercantil que registra todas as condições e obrigações recíprocas. A compra das duplicatas é feita à vista, o que descaracteriza uma operação de crédito. Muita gente confunde com desconto, mas é uma operação mercantil capitulada no Código Comercial."
CRÉDITO
"As pequenas e médias empresas devem procurar o factoring a qualquer momento, pois têm muita dificuldade de acesso ao mercado tradicional de crédito, em razão da formalidade, pela própria estrutura do sistema. Nossos filiados possuem hoje 50 mil clientes cativos, prestando assistência e acompanhamento permanentes. Essas empresas dependem fundamentalmente da nossa assistência para sobreviver. Garantimos, com isso, mais de 600 mil empregos diretos e indiretos, mobilizando cerca de R$ 1,2 bilhão por mês. Nosso suporte legal veio com uma circular do Banco Central em 1988, estabelecendo que podíamos operar dentro dessa modalidade. O sistema Febrafac/Anfac mantém um pessoal especializado para atender os empresários que pedem referências ou indicações sobre as propostas de financiamento que costumam receber do mercado. Também orientamos as pessoas que querem ingressar no ramo, que exige um investimento inicial mínimo de R$ 500 mil, segundo nossas estimativas mais recentes."
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