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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 442 (24/09/2000)

O Triângulo da Fraude

Oportunidade, necessidade e racionalidade. Quando esses três componentes se cruzam na mente de qualquer pessoa, fechando uma espécie de triângulo, pode estar entrando em cena a figura de mais um fraudador. Em depoimento exclusivo, Marcelo Alcides Gomes, diretor da GBE Peritos & Investigadores Contábeis - Tel.: (11) 5561-5223 - www.gbe.com.br, mostra como as empresas são um terreno fértil para esse tipo de delito e o que pode ser feito para evitá-lo.

ARMA FANTÁSTICA
"Fraude em uma empresa é qualquer ato ilícito voluntário, segundo a legislação, provocado por funcionários ou terceiros agindo de forma isolada ou em conjunto para obter alguma vantagem. Nesse aspecto, todas as organizações estão vulneráveis, porque o problema está no indivíduo e o avanço tecnológico vem contribuindo cada vez mais para facilitar a ação do fraudador. Antes, para liberar um pagamento, era preciso colher assinaturas em documentos, endossar cheques, entre outros procedimentos burocráticos manuais. O computador agora faz com que o processo todo aconteça muito mais rápido, mais mecanizado, sem que seja dada a devida atenção ao controle das operações em diversos casos. A principal característica de uma empresa fraudada é a falta de acompanhamento dos seus funcionários e a falta de controle, independentemente do seu tamanho. Em geral, os micros e os pequenos empresários odeiam a contabilidade. Acham que se trata de um serviço caro que só serve para o pagamento de impostos, mas só vai descobrir a importância do contador quando for fraudado, pois o que vale para a justiça são as informações que constam dos livros contábeis. Quando um empresário tem esse controle e aprende a lidar com os números que vêm da contabilidade para monitorar a empresa mês a mês, ele está com as rédeas do negócio nas mãos."

TOLERÂNCIA
"Infelizmente, existem ainda empresários que optam por esconder os resultados da empresa por meio do caixa dois, cujo roubo está em primeiro lugar na lista das fraudes mais cometidas em nível organizacional. Do ponto de vista cultural, o brasileiro demonstra certa permissividade para o golpe e até mesmo alguma admiração por aquele que sabe aplicar bem um golpe. O brasileiro acha que é sempre mais esperto do que o outro, e é aí que o fraudador deita e rola. Outro problema que existe no Brasil com relação a isso é a falta de punição para a fraude. A justiça é muito benevolente nesse sentido, fazendo com que poucos fraudadores cheguem à prisão. Nem mesmo no código da CLT a fraude está prevista, o que deixa a empresa numa posição desfavorável diante dessa situação. Embora essa impunidade faça com que esse procedimento ilícito se propague pelo País, a fraude existe no mundo todo, uma vez que os especialistas asseguram que ela surge de um conflito triangular, que está na mente de qualquer pessoa, formado pela oportunidade, pela necessidade e pela racionalidade."

PREVENÇÃO
"A primeira medida para prevenir fraudes na empresa é evitar contratar um fraudador, ou seja, checar as informações da pessoa e se ela merece confiança. Outro conselho seria evitar o clima de revanchismo no ambiente de trabalho, que surge facilmente quando as condições não são boas, os salários são miseráveis e o dono do negócio aparece de carro importado. O empresário tem que fazer parte do time e mostrar que sabe desempenhar qualquer função dentro da empresa, e fazer isso de forma periódica, durante um período ou um dia a seu critério. O engajamento a entidades filantrópicas também ajuda a reduzir o índice de fraudes e de abusos, porque o funcionário honesto vai sentir-se incomodado de ver o outro se aproveitar de um recurso destinado à filantropia, achando um jeito de avisar a diretoria de que algo está errado. Promover encontros informais, para reunir a equipe em almoços e café da manhã, abre canais para que essas informações possam transitar mais facilmente, criando a empatia necessária para isso. Também é fundamental investir no treinamento do funcionário, dando-lhe a oportunidade de estudar inglês, informática, de fazer um MBA, sempre algo útil e valorizado, para que ele se sinta recompensado pela chance de estar crescendo profissionalmente."


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