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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 281 (24/08/1997)

O Empresário deve Preservar a Vocação

Terminou o ciclo das enormes facilidades de ganho rápido do "Eldorado financeiro" em que as empresas aplicavam no mercado de capitais todos os recursos disponíveis, em detrimento dos necessários investimentos no próprio negócio. Com a relativa estabilidade econômica, a rentabilidade das aplicações financeiras não é mais tão compensadora e também reduziram-se as margens de lucro na atividade produtiva, que devem agora ser estabelecidas com muito critério, tendo em conta a constante ameaça da concorrência e a postura do novo e exigente consumidor de valorizar ao máximo o dinheiro que tem na mão. Tanto os novos quanto o empresário de um negócio de 30 ou 50 anos devem questionar a própria gestão - se tem alcançado os melhores resultados, se os processos não se tornaram, velozmente, antiquados - e até o seu negócio -, se continua viável em presença de novas condições de mercado, de modernização e abertura da economia, enfim, se o custo-benefício compensa os esforços despendidos. Essa é a recomendação, no depoimento exclusivo a seguir, de José Marcelino Lanzotti, da Elétrica Sideral Ltda. - Tel.: (11) 279-3095 - fruto, de longa experiência como líder empresarial e superintendente da Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo.

QUESTIONAR-SE SEMPRE
"Os empresários não podem acomodar-se em seu segmento, questionando-se, com freqüência, se ele ainda continua atraente e lucrativo ou se devem partir em busca de outro nicho de mercado. Caso contrário, a exemplo de muitas, sua empresa simplesmente desaparecerá... Nenhuma aventura empresarial, hoje, tem possibilidades de sobreviver. Ele precisa conhecer, em profundidade, o nível de aceitação (ou recusa) de seu produto no mercado, se oferece boa margem relativa de rentabilidade e quais as condições de sobrevivência em função das competições interna e externa. Avaliar se os concorrentes já fizeram racionalização dos processos, elevando a produtividade, e saber quem são eles; como está a sua política de mercado, se oferece um bom serviço ao cliente, se o produto por si só é suficiente para interessar os consumidores e justificar a compra. O empresário tem de questionar sempre - e automaticamente - a empresa: por exemplo: se as tecnologias que estão chegando vão eliminar seu produto, ou se ele é ótimo, necessitando apenas de alguma melhora tecnológica ou de automatização do processo."

NÃO ESQUECER O QUE É "SER EMPRESÁRIO"
"Facilidades "geram comodismo e fraqueza, na falsa certeza de que tal situação nunca terá fim - é comportamento próprio da natureza humana. Quando sobrevêm as dificuldades e os obstáculos, o indivíduo sente-se desamparado, inseguro, sem saber como agir. Assim acontece também com o empresário. A facilidade das remarcações de preços - permitindo-lhe 'ganhar quanto quiser' - e as distorções inflacionárias fizeram-no esquecer o que é ser empresário, isto é, aquele que é, fundamentalmente, responsável pelo bom funcionamento da empresa, não obstante todos os riscos e problemas que, com certeza, enfrentará. Devido conviver diuturnamente com os riscos - e, principalmente, vencê-los -, sua justa e legítima remuneração é o lucro. Em outras palavras, ser empresário é dispor-se a, permanentemente e com determinação, correr riscos sem nenhum temor, ser impulsionado por uma força interior a concretizar idéias e planos que concebeu."

INDIVIDUALISMO E OMISSÃO
"Devem ser completamente esquecidos esses tempos de 'facilidades' que também se refletiram na fraca ou quase nenhuma capacidade de união e de mobilização, mesmo em favor de pleitos importantes para a categoria, na falta de arrojo, afastando o empresário das entidades representativas, preferindo a omissão, o cômodo individualismo e, por exemplo, os fins de semana de lazer na chácara ou no sítio... Trata-se de comportamento oposto ao demonstrado pelos empresários dos 'Tigres Asiáticos' e exaustivamente comprovado pelo sucesso em abocanhar mercados, incluindo o nosso. Também notava que, há cinco ou seis anos, as entidades das classes empresariais só a muito custo conseguiam interessar os associados na participação nas reuniões. Hoje, felizmente, está havendo a reversão dessa situação: as reuniões na sede central ou na nossa Distrital da Mooca são muito concorridas, caracterizando-se pela alta objetividade, revelando satisfatório nível de aglutinação."


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