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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 170 (09/07/1995)

Aumento da Produção Cria Demanda

Ninguém precisa comer chocolate o ano inteiro. Esse mercado, em princípio, estaria destinado a ser sazonal, restrito à época de Páscoa e a outras datas especiais, como o Dia das Mães. Mas a oferta de boa qualidade, preços baixos e pontos-de-venda acessíveis costumam fazer o consumidor mudar de idéia. O estímulo aumenta, quando os produtos têm marcas facilmente reconhecidas.
Quem trafega com desenvoltura nesse setor são as empresas tradicionais, com investimentos poderosos em produção, distribuição, lançamentos e marketing. Para o pequeno empresário, resta, normalmente, a tentação de obedecer os picos da demanda, o que transforma muitos empreendimentos nascentes em fenômenos passageiros, que morrem na primeira curva do mercado.
Para fugir a essa regra, a empresária Marta Regina Rentes estabeleceu uma estratégia agressiva para fazer crescer a sua Magic Candy Sweet Shop and Basket Shop - Tel.: (011) 215-4834. Ela criou produtos - como ovos de chocolate, trufas, pão-de-mel, "cookies" e doces especiais -, utilizando receitas exclusivas, já registradas; trabalha com custos mínimos, dando margem de manobra para manter o preço final, já acertado com os distribuidores; e aumenta diariamente sua produção, para conquistar novos pontos-de-venda. Estes são selecionados dentro de critérios específicos, adequados ao perfil do que fabrica. É o que ela conta no depoimento a seguir.

O COMEÇO SEM DÍVIDAS

"A Magic Candy começou a funcionar em fevereiro de 1995 e foi uma idéia que surgiu do meio do nada. Eu tive uma loja de produtos esotéricos durante um ano, mas esse segmento também tornou-se bastante aviltado, com enfoque excessivamente comercial, e, como sou espiritualista, acho que você precisa trabalhar em coisas que acredita. Para complicar, fui assaltada.
Desesperada com a situação, procurei o SEBRAE/SP, já com a idéia de mudar de ramo. Levei a sugestão de trabalhar com cestas, mas diferentes daquelas que eu via, que tinham preços absurdos, inacessíveis para pessoas de classe média. A consultora de marketing que me atendeu elogiou o nome da marca e resolvemos montar a empresa. Entrei em contato direto com as indústrias fornecedoras, sem passar pelos intermediários, e comprava tudo à vista, pois o importante, no início, é não acumular dívida.
Transformei o espaço antigo, de produtos esotéricos, que fica próximo à avenida Paes de Barros, na Mooca, numa loja para vender os novos produtos. Como as cestas tradicionais enfrentam muita concorrência, especialmente de empresas informais, decidi definir melhor o segmento de atuação. Comecei fazendo 500 quilos de ovos de chocolate e bombons finos, que venderam tudo na última Páscoa. Com as receitas da família, comecei a fazer, também, doces especiais, como pão-de-mel e trufas de cinco sabores - chocolate branco, preto, meio amargo, nozes e licor - e treze tipos de 'cookies'."

METO A MÃO NA MASSA

"Tenho três funcionários, que me ajudam na parte administrativa e de vendas, mas a produção é de minha responsabilidade. Meto a mão na massa e faço tudo sozinha, em média cem unidades por dia. A pretensão é chegar a mil por dia em curto espaço de tempo e, para isso, estou ampliando minha cozinha industrial. A intenção é também distribuir para outros estados e para o interior de São Paulo. O importante é achar o lugar certo para vender.
Atualmente, forneço para nove empresas, que distribuem para 134 pontos-de-venda. Preferencialmente, colocamos os produtos em cafeterias, lojas de conveniência e locadoras de vídeo. Vendo 80% da produção na Mooca e 20% nos Jardins, através de convênio com um grande buffet. Minha intenção é passar para os Jardins, que é uma região mais adequada aos meus produtos.
Trabalho apenas com insumos naturais e poucos fornecedores, pois, assim, mantenho a qualidade e não perco muito tempo para fazer o pagamento. As primeiras encomendas da matéria-prima só podem ser pagas à vista, com preços pouco competitivos, pois, normalmente, são compradas em pequenas quantidades. Houve momentos na empresa em que o dinheiro que entrava não dava nem para comprar uma caixa fechada de chocolate. Mas, graças à consultoria do SEBRAE/SP, consegui fixar preços que me dão espaço de manobra no caso de os custos aumentarem. O segredo é manter o custo fixo baixo e conquistar os clientes através de sessões de degustação. Quem prova e gosta acaba comprando sempre."

ABAIXO O COMODISMO

"Hoje, a Magic Candy tomou novos rumos. Não adianta esperar a demanda, você tem que ter produção. Eu não vou esperar o ponto-de-venda procurar-me, isso é comodismo. Eu estou indo até ele, até o dia em que não precise sair mais e comecem a me ligar, fazendo pedidos. Mas serei sempre fiel a quem acreditou em mim desde o início.
Os problemas da pequena empresa são a falta de capital de giro e o esforço para se estabelecer no mercado. Mesmo a empresa grande começou pequena, e isso deve ser levado em consideração. As grandes empresas ainda predominam e monopolizam. Os pequenos empresários, para enfrentar essa situação, deveriam fazer parcerias, mas, para isso, precisam mudar de mentalidade. Ainda existe a idéia de levar vantagem sobre os outros, e não a de crescer juntos."


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