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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 173 (30/07/1995)

Quem Aceita um Novo Produto na Praça?

Com alguns milhões de dólares disponíveis, é fácil convencer o consumidor a mudar de marca ou a adquirir novos hábitos. Mas uma pequena empresa que tentar vender um produto inédito vai esbarrar em sérias dificuldades. Se o nicho de mercado escolhido estiver superlotado de apelos e ofertas, a tarefa fica ainda mais complicada. Quais são os trunfos de um empresário para romper essa barreira?
A experiência de Marcos Aurélio Silva, sócio-proprietário da Eclética Química Ltda. - Tel.: (011) 431-2169 -, de Santo André, responde essa pergunta. Junto com sua coordenadora-geral de vendas, Dauricéia Lacerda de Almeida, ele luta para colocar no mercado o H50, uma espécie de "água sanitária" concentrada e granulada. Essa granulação deve-se à composição química, baseada em hipoclorito de cálcio, e não de sódio, como acontece com os produtos do gênero. Isso cria importantes diferenciais: não agride as mãos do consumidor, pode ser transportado mais facilmente, com grandes vantagens no custo do transporte e no preço final, e ainda oferece múltiplos usos nos ramos de higiene, limpeza e desinfecção.
Mas essas qualidades nem sempre sensibilizam os atacadistas, e é por isso que eles resolveram definir uma estratégia de vendas direcionada para vários mercados alternativos - conforme foram sendo descobertas novas utilidades para o produto -, com especial ênfase para o corpo-a-corpo com o consumidor, através de representantes que combatem de porta em porta. A seguir, Marcos e Dauricéia dão um pequeno roteiro de sobrevivência na selva.

ENTENDA SEU NEGÓCIO
"A Eclética é uma pequena empresa com seis funcionários, que produz apenas o H50. Estamos instalados no distrito industrial de Caieiras, na Grande São Paulo, com produção totalmente automatizada e capacidade entre 40 mil e 120 mil frascos por mês. Nossa embalagem é uma unidade de 120 gramas feita de polietileno de alta densidade, pigmentado com óxido de titânio, para evitar a transparência, que é prejudicial ao produto, e com dosador interno, para facilitar a diluição.
A tampa serve de medida: com oito gramas é possível fazer cinco litros para uso como água sanitária. Como alvejante, cada medida rende vinte litros, enquanto para retirar o mofo, você precisa usar um copo d'água. As novas utilidades foram descobertas na fase de implementação do produto. Descobrimos que ele podia agir como desentupidor de pias, ralos e sifões e, mais recentemente, que pode ser usado, também, como bactericida para a desinfecção de alimentos.
Estamos desenvolvendo uma segmentação no mercado, procurando criar na cabeça dos clientes a marca H50, estabelecendo uma diferenciação em relação aos produtos existentes. Existe na cabeça do usuário final uma tendência de confundir as coisas. Por isso, a empresa precisa primeiro entender qual é o negócio dela para se posicionar bem. Quando as microempresas nascem, dificilmente sabem claramente o que vão fazer e, aí, dissipam energia e desistem no meio da estrada, ou porque faltam recursos ou porque começam a se seduzir por outras coisas."

QUALIDADE É CUMPRIR PROMESSA
"Para colocar um novo produto, você pode agir conforme sua opinião própria ou optar por alguma teoria disponível. Preferimos essa última alternativa, que define o mercado como uma caixa de ruído, onde existe todo tipo de produto para todo tipo de uso. Quem quiser fazer algum som audível precisa posicionar-se. No nosso caso, definimos um posicionamento na excelência da higiene, limpeza e desinfecção, dentro do conceito de que qualidade é executar aquilo que o produto se propõe a fazer.
Se ele tiver uma utilização melhor do que a concorrência, as chances de sucesso aumentam. É preciso, então, entender o mecanismo do mercado, como ele funciona, o que eu faço para entrar, o que consigo pegar, o que me sobra e o que eu faço com essa sobra. O caminho é realmente penoso e surgiu quando descobrimos que os grandes distribuidores ou supermercados pedem grandes descontos e prazos longos de pagamento. Isso é como entregar a empresa para eles e inviabilizar qualquer tipo de operação.
Primeiro, é preciso encontrar os segmentos que têm mais aderência ao produto e compatibilizá-los com sua política de vendas, que deve ser a mesma para todo mundo. Descubra os canais de venda, compatibilize esses canais com sua tabela de preço e prazo e estabeleça uma manutenção constante das vendas, pois, se o tempo de operação ficar muito longo, a empresa pode morrer."

VENDEDORES SINCEROS
"Criar uma estrutura de vendas é a forma de se posicionar corretamente. Para isso, é preciso dar treinamento adequado aos representantes, que, com conhecimento e sinceridade, podem quebrar as resistências do consumidor. Temos uma boa rede de representação no Nordeste e estamos implantando nossa estratégia em todo o Centro-Sul. Estudamos muito o trabalho de empresas como Avon, Bioforma e Natura e estamos oferecendo trabalho para quem se disponha a ganhar acima de R$ 200 por mês. Mas, se um grande distribuidor nos der condições comerciais favoráveis, renunciamos o porta-a-porta na região dele. Contamos, no nosso trabalho, com a ajuda do SEBRAE/SP, que é uma entidade que faz um trabalho muito sério de alavancagem dos negócios.


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