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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 176 (20/08/1995)

Pequenos Entram no Mercado Mundial

A integração econômica é um desafio cultural. Modifica o conceito de fronteira, pois “país vizinho” é aquele que oferece mais condições de fazer negócios e não o que está situado geograficamente ao lado – estamos mais perto da França do que da Guiana, por exemplo. E elimina o preconceito de tamanho, já que não só as grandes empresas podem participar do mercado mundial, como acontecia até recentemente.
Hoje existe uma forte pressão internacional para que todos os níveis e setores produtivos trabalhem conectados para expandir mercados, gerando mais recursos e empregos. A multiplicação dos negócios, inseridos em padrões rígidos de qualidade e agindo de maneira flexível para atender o espectro infinito da demanda, já é uma realidade, graças a um trabalho institucional desenvolvido por grandes organizações. Uma delas é a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial – ONUDI (ou Unido, em inglês), fundada em 1967, com sede em Viena, especializada em promover e acelerar o processo de industrialização dos países em desenvolvimento. Segundo o diretor do Serviço de Promoção e Investimento da Onudi na França, Christophe Guillemin, essa instituição não é um banco nem financia projetos. A missão é identificar parceiros e fazer a aproximação dos empresários, com o apoio do SEBRAE/SP – tel.: (011) 279-6877, ramais 319 e 410.
No depoimento a seguir, que contou com a participação de Gustavo Suplicy, representante brasileiro da Onudi em Paris, ele explica como é desenvolvido esse trabalho, que está aberto principalmente para as pequenas e médias empresas.

EUROPEU NÃO ASSUSTA
“Trabalhamos no Brasil desde 1992, através de um acordo de cooperação com o SEBRAE e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os 27 SEBRAE regionais identificam os projetos, e na França nosso representante vai em busca do parceiro ideal para cada um deles. Já foram reportados 250 projetos de cooperação tecnológica industrial – já que não podemos atuar no comércio puro e simples, de importação e exportação. Isso resultou em quinze “joint ventures”.
Eventos como o que realizamos em junho em São Paulo, a Europalia’95, servem para trazer empresários europeus ao Brasil e vice-versa, para ajudar na conclusão dos negócios. É um tipo de evento excepcional, que envolve uma parceria muito vasta e exige uma preparação exaustiva. A experiência mostra que o que funciona é o empresário ir até lá e ver que o europeu não é um bicho de sete cabeças.
No primeiro Europalia, em outubro do ano passado, cem empresas de dez países latino-americanos foram à França e fizeram contatos com trezentas empresas européias, a grande maioria francesas. Isso resultou em trinta acordos de parcerias e de transferência de tecnologia.”

UMA NOVA CHANCE
“Temos um comitê de seleção que trabalha de acordo com dois critérios. O primeiro é a seriedade do projeto, que precisa ser bem apresentado, com informações completas e pedidos de cooperação precisos. O segundo é a comparação desse projeto com as empresas européias, para se fazer uma avaliação de compatibilidade. Depende da reação do europeu: se não for favorável, nós desestimulamos temporariamente a empresa brasileira, e, se for, mantemos o projeto. Isso não quer dizer que o parceiro vá surgir obrigatoriamente. Não temos nenhuma garantia, mas existem chances e nós reforçamos as possibilidades de que os acordos serão realizados.
Depois desses encontros, é feito o acompanhamento das negociações, para encontrar apoio técnico e financeiro e desenvolver melhor os projetos. Damos todo o apoio logístico necessário. Quando o projeto não encontra parceiros, o senhor Gustavo Suplicy, que é nosso representante em Paris, vai continuar fazendo essa prospecção pelo tempo que for preciso. O próximo Europalia será novamente em Paris, e quem não encontrou parceiro nesta edição de 1995 poderá reapresentar-se. Isso significa que o processo não está limitado a apenas uma manifestação, mas dentro de suas dinâmicas específicas, que se desdobram com o tempo.”

APOIO INSTITUCIONAL
“Esse tipo de encontro depende de três tipos de dinâmica. A dinâmica institucional, fruto de uma associação entre a União Européia (UE) e a Onudi. A UE manifesta-se através da Comissão Européia e, em particular, do programa AL-Invest, que promove a cooperação Norte-Sul e Sul-Norte e também a Sul-Sul, tanto dentro da América Latina quanto no resto do mundo. Estão envolvidos neste programa trinta países, doze europeus e dezoito latino-americanos.
A aproximação é feita através de métodos, ferramentas e redes, permitindo a parceria com outras instituições, como SEBRAE, CNI e as Câmaras de Comércio de Milão e Madri.
No total, por volta de trinta instituições européias e latino-americanas trabalharam juntas para a realização do Europalia’95. A segunda dinâmica é a geográfica e setorial. No caso desse evento, o setor é o agroindustrial para pequenas e médias empresas, que é o que oferece o maior potencial para as parcerias. E a terceira dinâmica é a industrial e comercial. É por isso que realizamos nossos eventos junto com outros, como é o caso do Sial, em 1994, que é o Salão Internacional de Alimentação, um dos maiores do mundo no setor. E aqui, neste ano, da Feira Internacional de Alimentação (Fispal), que serve de referencial para os representantes dos outros países. São manifestações industriais e comerciais que se apóiam mutuamente.”


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