Empresário Moderniza Sindicalismo
Durante muitos
anos, os sindicatos permaneceram estáticos, praticamente sem nenhum tipo
de prestação de serviço à comunidade, vivendo das
benesses do Poder Público, através do imposto sindical obrigatório.
O paternalismo - pelo menos nas instituições empresariais - cedeu
lugar à contrapartida da prestação de serviços e
à parceria, voltadas ao atendimento aos empregados, agora não
mais adversários, porém aliados na busca de objetivos comuns de
progresso e bem-estar. Essa mentalidade é que prevalece no Conselho de
Serviço da Federação do Comércio do Estado de São
Paulo, que congrega os sindicatos das áreas comercial e de serviços.
Quem focaliza o novo sindicalismo, em depoimento exclusivo, é Haroldo
Silveira Piccina, advogado e administrador de empresas - reeleito pelo terceiro
ano consecutivo para dirigir o Conselho de Serviços - que também
é presidente e sócio do grupo Planiex www.planiex.com.br (que atua como comissária de despachos, agente de carga aérea, assessoria e consultoria em comércio exterior).
REPRESENTATIVIDADE FORTALECIDA
"Presidimos, já há dois anos, o Sindicato dos Comissários
de Despachos, Agentes de Carga Aérea, Operadores Intermodais e Transitários
do Estado de São Paulo (Sindicomis), que abrange todo o Estado de São
Paulo e tem 46 anos de existência. Conseguimos elevar, atualmente, o número
de filiados a mais de novecentos e o de associados a duzentos - um recorde
-, mais do triplo dos sessenta associados que encontramos.
Houve maior conscientização acerca da importância de se
filiar ao Sindicomis, à medida que ele passava a fazer-se presente na
defesa dos legítimos interesses das comissárias, a promover vários
cursos de carga perigosa, de agentes de carga e de comissárias, a participar
de encontros da categoria em todo o País e a fortalecer a nossa representatividade
junto às autoridades aduaneiras. Há alguns meses, fomos o único
empresário a participar, no Recife, do primeiro seminário internacional
sobre aduanas, com representantes de todo o mundo. Manifestamos, pela primeira
vez, a posição da iniciativa privada acerca de assuntos específicos
da fiscalização."
SETOR PUJANTE E EFICIENTE
"Levando-se em conta comissárias, agentes de carga aérea,
enfim, toda a categoria, mais de 100 mil pessoas estão envolvidas nessa
atividade, em que atuam algumas empresas com mais de cem anos. Quer dizer, é
um setor muito forte, pujante, onde, além das comissárias de despacho,
há operadoras que trabalham dentro delas, assim como em transportadoras,
armazéns gerais, armazéns alfandegados, que também integram
o complexo de serviços auxiliares do comércio exterior. Um de
nossos pleitos é o credenciamento único para o despachante em
cada região: atualmente, para desembaraçar mercadorias importadas
ele precisa de um credenciamento para Viracopos, para Guarulhos, outro para
Santos e assim por diante."
ADUANA LIVRE E INDEPENDENTE -
"Também defendemos uma aduana livre e independente. Enquanto, no
Brasil, o controle aduaneiro faz parte das atividades da Secretaria da Receita
Federal, que, na realidade, é um órgão criado para fiscalizar
e arrecadar tributos, no mundo todo, a aduana é livre e independente,
tendo, desde o poder de polícia de até fiscalizar e arrecadar
os tributos específicos de importação. Por isso, ela não
está sujeita às vicissitudes políticas. No Brasil, o problema
ainda é agravado pela extensão territorial, que nos permite dispor
de aduanas secas, marítimas, aéreas, com uma diversidade enorme
de características que não são levadas em conta no estabelecimento
da política de comércio exterior, de suas normas e resoluções.
Ela é instrumento da política econômica, não deve
ser mera atividade de caixa do governo, com oscilações sazonais
ou regionais, carecendo, ainda, de plano de médio e longo prazos. Veja-se
a implantação, a partir de 2 de janeiro, do Siscomex, que é
a automatização da emissão de documentos para importação,
com o objetivo imediatista, da parte da Receita Federal, de superar a deficiência
de controle das importações e a morosidade na coleta de informações,
especialmente neste momento em que há sério problema de déficit
na balança comercial brasileira."
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