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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 593 (17/08/2003)

Iniciativa Sem Representação

Já faz tempo que o empreendedor nacional está deixando de ser um estrategista da livre iniciativa em razão do individualismo exacerbado do mundo dos negócios. A falta de cultura associativa no Brasil dificulta a articulação de políticas, bem como a formulação de propostas que defendam os interesses dos dirigentes empresariais como uma categoria fundamental para o aumento da empregabilidade no País. Na maioria dos casos, os empresários apenas reagem às situações e às imposições que se colocam como obstáculos para o crescimento corporativo, em vez de formar lideranças capazes de apresentar alternativas compatíveis com a dinâmica estrutural do mercado. Encerrados dentro de seus próprios muros, eles perdem oportunidades preciosas de confrontar os problemas em conjunto, começando pela própria região em que atuam. Ainda são poucos os líderes empresariais preocupados em promover o associativismo regional. Um empresário engajado nesse sentido é José Frederico Athia, superintendente da distrital Sudeste da Associação Comercial de São Paulo e diretor da Siclone Química Comercial - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 5588-3317. Em depoimento exclusivo, ele adverte que, enquanto não prevalecer a força que vem da união entre as empresas, o caminho para o desenvolvimento continuará sendo árduo e solitário para todos.

OPORTUNIDADE
"Comecei meu trabalho na Dow Cornig, uma multinacional americana, líder em silicone industrial. Como todo brasileiro que tem vontade de ser empreendedor, eu percebi no final da década de 70 a possibilidade de montar uma empresa brasileira para fazer o trabalho de envasar o óleo de silicone e vender para o nosso mercado. Sabendo das propriedades do silicone de alta temperatura e da sua capacidade de ação superficial, nós buscamos oferecer aos nossos clientes o óleo de silicone com a viscosidade específica para que eles tenham qualidade na sua linha de produção. Todo tipo de indústria pode ser beneficiada em algum momento do seu processo produtivo pela utilização do silicone, mas procuramos atacar estrategicamente cinco segmentos básicos: construção civil, o setor gráfico, o de costura, o de injeção de plásticos e o de borrachas."

FALSA IMAGEM
"Existe uma visão equivocada de que o empresário brasileiro é o explorador do empregado, de que ele não paga impostos. Isso não é verdadeiro, pois trata-se de um batalhador preocupado com o seu dia-a-dia, pelo menos todos aqueles que eu conheço pela Associação Comercial de São Paulo. Todos estão empenhados e voltados para a ação empreendedora, mas essa falsa imagem negativa prejudica demais os negócios, porque o próprio empresário passa a ficar desacreditado com ele mesmo e acaba fechando-se para os seus pares. Falta uma cultura associativa no Brasil, ou melhor, nunca houve, pois sempre tivemos falhas estruturais nesse sentido, somos muito egoístas e individualistas, querendo ser os únicos donos de alguma coisa. Cada um olha apenas para o seu lado, e o próprio meio em que vivemos favorece esse tipo de postura, uma vez que sequer sabemos quem são e o que fazem os nossos vizinhos."

PARTICIPAÇÃO
"O empresário brasileiro precisa sair do seu casulo, do local em que está escondido, para buscar as associações de classe. Ele tem que deixar de ser retraído e procurar ajuda somente quando tem algum problema, seja de natureza fiscal, seja financeira. Se não acontece algo que mexe com a empresa, ele se acomoda e fica alheio a qualquer situação. Nós não podemos mais ficar alheios a nada, temos que ser participativos, ficar agregados, porque só assim vamos ser capazes de vencer os obstáculos. Essa acomodação é própria do empreendedor nacional, que não tem vocação para ser participativo. Esse aspecto ainda não faz parte dele em razão de uma formação cultural errada. Quando existe corporativismo e companheirismo de fato, há mais confiança para que os indivíduos possam trocar idéias e serviços. No dia em que o empresário tiver essa boa vontade e participar, nós seremos outro país. Devemos começar pelo nosso bairro, no meio em que estamos inseridos, para depois podermos alcançar todo o Brasil."


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