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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 797 (15/07/2007)

Risco no Ponto Certo

A consolidação de um negócio do ponto de vista mercadológico requer uma série de etapas que visa capacitar os empreendedores a enfrentar os riscos com uma margem bem maior de segurança, de forma equilibrada e passo a passo. Em alguns casos, é necessário até mesmo sair do local de origem para perceber como uma cultura regional pode ser trabalhada empresarialmente em nível nacional e internacional. Foi o que aconteceu com os irmãos gaúchos Arri e Jair Coser, que, depois de conhecer os novos formatos de churrascaria que estavam surgindo no eixo Rio-São Paulo na década de 70, voltaram para Porto Alegre e compraram o restaurante Fogo de Chão, uma marca que se transformou em grife de sucesso no segmento não só no Brasil mas também nos Estados Unidos, com a ampliação da rede nas últimas três décadas. Em depoimento exclusivo, Arri Coser, um dos protagonistas dessa trajetória - site: www.fogodechao.com.br - , revela como se deu esse processo de aprendizagem, além de ressaltar a importância estratégica de vislumbrar e pesquisar o mercado antes de tomar cada decisão em termos de crescimento com estruturação.

RAÍZES
"Em 1975, estava começando o negócio de abrir churrascarias na beira das estradas. Passamos cerca de três anos nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, quando surgiu a oportunidade de voltar para Porto Alegre em 1980 e comprar, com o capital que havíamos adquirido e com a ajuda do nosso pai, um pequeno restaurante que deu origem ao primeiro Fogo de Chão. Desde muito jovens, eu e meu irmão já saíamos do Rio Grande do Sul em busca de lanchonetes e bares para comprar, mas tínhamos os nossos contatos na cidade. Decidimos voltar às raízes para começar tudo de lá, o que foi muito importante para nós e para o negócio em si do ponto de vista cultural. Quando ficamos longe da terra natal, e todo mundo deveria fazer isso, voltamos com saudades e fomos resgatar a história. Nessa mesma época, estava surgindo o projeto do nativismo gaúcho, que se propunha a resgatar as origens e as músicas por meio do patrocínio de artistas. Nós nos engajamos nessa iniciativa e reaprendemos bastante aquilo que tínhamos perdido pelo caminho."

SORTE
"Voltamos do Sudeste com um diferencial do que já existia em termos de um serviço que valoriza o cliente. Daí vem um pouco do fator sorte de estar na hora certa e no lugar certo. O restaurante era pequeno, mas o jogador Falcão estava partindo do Sul para ir trabalhar na Itália, e fizemos a despedida dele dentro do Fogo de Chão antes do embarque para Roma. Recebemos tanta gente, e isso causou tanto burburinho que no dia seguinte já éramos conhecidos na cidade inteira. Depois, abrimos uma série de outros negócios em Porto Alegre entre bares e lanchonetes, mas desativamos todos e ficamos apenas com o restaurante. De novo, viemos para São Paulo, o que foi uma ótima estratégia, pois chegamos aqui em 1985 e, no ano seguinte, veio o Plano Cruzado, que nos ajudou fazer o produto rodar. Foi o primeiro grande boom de consumo no Brasil. A expansão para os Estados Unidos foi um grande passo, pois trouxe a necessidade de profissionalizar todo o processo de gestão."

UPGRADE
"O mesmo processo de vir para São Paulo foi aplicado de novo para ir para a América. Esses foram dois momentos que fizeram o negócio engrenar. Nos Estados Unidos, nós também vimos procedimentos que ainda não tínhamos aqui e conseguimos colocá-los em prática. Hoje, somos um ícone no nosso segmento, pois fomos um dos primeiros a sair do País para tentar outro mercado, sozinhos, com a cara e a coragem. Quase todos os nossos pontos no Brasil foram escolhidos pelo feeling mesmo, só que na América fizemos boas pesquisas, pois, quem erra o ponto, uma quadra que seja lá, errou no negócio. Sem o Brasil não teria dado certo a América e, sem a América, teríamos demorado mais para chegar aonde chegamos. Nossa presença em várias cidades do território americano consagrou a marca e agregou valores a ela. Quando uma empreitada dá certo nos Estados Unidos, o mundo muda para qualquer empreendedor. Lá, a competição é de arregaçar as mangas, e isso deu credibilidade para a rede Fogo de Chão fazer um upgrade. Vamos fechar o ano com 1,2 mil pessoas trabalhando para nós, com a finalidade de atender 2,3 milhões de clientes."


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