Brasil Define Rota Global
Qualquer empresa do mundo que se diz globalizada tem a necessidade de possuir uma ramificação na América Latina até mesmo para manter sua cota no mercado acionário devidamente valorizada em seu país de origem. Nesse momento, a instalação de um escritório ou de uma indústria no território brasileiro surge como a opção mais atraente e sedutora para os investidores internacionais em razão dos indicadores apresentados pela macroeconomia. Dados como dimensão geográfica gigantesca, população e PIB agregados são de deixar as multinacionais, com água na boca. Mas mesmo essas organizações bem estruturadas encontram sérias dificuldades para se desenvolver aqui, ao serem obrigadas a encarar e a conviver com as diversidades culturais de um ambiente ainda hostil ao florescimento de negócios. Quem relata essa experiência, em caráter exclusivo, é Marco Antônio Basso, diretor da IBC do Brasil - Tel.: (11) 257-5331 -, subsidiária do IBC Group, especializado há mais de três décadas em comunicação empresarial por meio de conferências, cursos, publicações e consultoria, com sede em Londres.
MERCADO ILUSÓRIO
"O IBC Group resolveu abrir um escritório na América Latina no final de 1995, pois estava claro naquela época que se tratava de uma fronteira de expansão para uma empresa com pretensões globais. São Paulo foi o local escolhido pela pujança econômica, pela concentração urbana e de executivos e pela atratividade de negócios que a cidade oferece. Este ano será realmente um divisor de águas, principalmente no primeiro semestre. As empresas estão revendo seus orçamentos e investimentos em informação e treinamento, o que vai restringir ainda mais o mercado brasileiro, que pode parecer grande, mas não é. Temos 160 milhões de pessoas, porém os consumidores efetivos não passam de 20 milhões. Outro problema do País é a tendência de empurrar com a barriga e fingir que as crises mundiais não nos vão afetar, acreditando que alguém vai fazer alguma coisa lá fora para melhorar. Só que não existe mais essa possibilidade. O Brasil tem potencial, tanto é que dobramos o faturamento de 1997 para 1998. Há mercado, mas temos que provar ainda que ele é capaz de se manter estável e viável, apesar das intempéries."
COMUNICAÇÃO PERSONALIZADA
"A informação empresarial é essencial, hoje, para que os executivos possam manter a sua empregabilidade em estruturas organizacionais cada vez mais enxutas. As fontes existem e são muitas, mas são por demais abrangentes, em especial no caso das revistas, que precisam falar para um público muito grande e acabam não trazendo aquela informação direcionada. Essa carência é tão visível que mesmo os grandes grupos de comunicação nacionais e internacionais estão buscando produtos que façam a pré-seleção e a análise do que realmente interessa às empresas. Nossa função é muito parecida. Verificamos as necessidades do mercado a partir de pesquisas feitas com grupos de executivos, tentamos identificar o que eles precisam e dar isso a eles de maneira interativa, no formato de conferências que trazem benefícios como atualização, um ambiente propício para reflexão e discussão, fora da rotina do trabalho, o contato direto com profissionais que possibilitam a troca de experiências e até mesmo o intercâmbio de novos negócios. Infelizmente, muita gente ainda vê conferência como treinamento. Apesar de possuírem características em comum, a conferência vai mais longe, trazendo todos esses valores agregados, ou seja, é mais atualização e informação."
PARCERIAS
"Notamos que o brasileiro está perdendo o complexo de inferioridade. Antigamente, qualquer guru que vinha do exterior, pregando conceitos não adaptados à nossa realidade, fazia com que as empresas se sentissem na obrigação de adotar essas técnicas. Muito tempo e recursos foram desperdiçados nessas tentativas, ao passo que, agora, temos condições de oferecer casos práticos verificados no próprio País, e o nosso público-alvo está valorizando mais isso. Nossa expectativa futura é estar trabalhando na área de cursos também e trazer as publicações que o grupo já veicula lá fora para completar o nosso leque de produtos. Dentro dos parâmetros de risco a que estamos acostumados, estamos abertos a parcerias com entidades, associações e empresas que queiram unir forças para enfrentar um mercado cada vez mais turbulento. Uma corrente que tenha pelo menos três elos arrebenta com menos facilidade."
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