CATEQUESE
"O Brasil como um todo não possui uma cultura exportadora por motivos básicos. Nós vivemos muitos anos dentro de um modelo de desenvolvimento anacrônico, baseado na substituição da importação, aliado ao fato de termos um mercado doméstico grande, cuja demanda absorvia a produção nacional. A partir de 1990, houve uma ruptura desse padrão, com a tarifa de importação sendo reduzida de 75 para 13%, sem que as forças produtivas brasileiras tivessem os instrumentos necessários para se adequarem a esse novo momento. Hoje, virou modismo falar em exportar, pois o País está conscientizando-se de que, para fechar a conta, precisa aumentar suas atividades de exportação. No entanto, esse aumento envolve um processo amplo de criação de uma cultura exportadora, um verdadeiro trabalho de catequização que passa pela questão do crédito, do câmbio, da burocracia e, principalmente, do custo Brasil, porque o negócio em comércio exterior ainda é muito complexo."

MARCAS
"O empresário brasileiro precisa aprender a encarar a oportunidade do comércio internacional não como uma questão casuística, mas sim estratégica. Nós não temos escolha: ou internacionalizamos nossas operações ou vamos fechar as portas como pequenas e médias empresas. Mesmo que o empresário não queira explorar as oportunidades de negócio no mercado externo, ele tem que ser competitivo internamente, para se manter a médio e longo prazos. O primeiro passo está na conscientização de que é preciso partir para processos produtivos modernos, com qualidade, capazes de atender os requisitos de uma demanda internacional exigente. Além disso, temos um grande problema no Brasil, que é a ausência total e absoluta de marcas, e sem isso não vamos conseguir dar o salto necessário para aumentar as exportações. Os países vencedores nesse sentido foram aqueles que conseguiram investir nas suas marcas e estabelecer-se de forma sustentada no comércio internacional."

DIFERENCIAL IMBATÍVEL
"Estamos criando um departamento de comércio exterior para as pequenas e médias empresas a custos que elas podem pagar. Trabalhamos aqui com o conceito de um shopping center de negócios internacionais. A intenção é suprir todas as necessidades relativas a essas transações num único local. O WTC possui hoje cerca de 500 mil empresas associadas em nível mundial, e a nossa intenção é expor a empresa brasileira na nossa rede com o objetivo de gerar a demanda do produto dela. Feito isso, vamos selecionar um grupo que irá receber os instrumentos para a inserção no mercado externo. Se for uma empresa que ainda se encontra no estágio informacional e educacional, vamos assessorá-la com os cursos disponíveis na nossa universidade virtual. Caso ela já esteja no estágio operacional, vamos prestar uma consultoria completa por intermédio do Mercocard, organizado em módulos seqüenciados. O programa como um todo teve início em abril de 1998, e temos como meta capacitar 125 mil empresas brasileiras a exportar dentro dos próximos cinco anos. Nossa vantagem está em não termos ligação com entidades de classe especificamente. Enquanto instituição apolítica atuante nos setores industrial e comercial, podemos fazer associações com todos os órgãos fomentadores da exportação. Funcionamos como o braço internacional para qualquer iniciativa, pois temos um porto seguro em 338 cidades espalhadas pelo mundo inteiro, o que dificilmente poderá ser replicável por outra organização no Brasil."