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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 383 (08/08/1999)

Exportação Fora do Papel

Apesar de a elevação do "Custo Brasil" ter reduzido de 1,5 para 0,8% a participação do País no comércio mundial, dado que revela nossa fragilidade em incrementar as atividades exportadoras, numerosas são as tentativas de todos os lados para incentivá-las. Estão sendo preparados até mesmo profissionais especializados em facilitar cada etapa do processo dentro do segmento das empresas de pequeno e médio portes. Resta saber agora se, ao ser colocado em prática, todo esse esforço por parte do governo e de entidades de classe vai trazer resultados realmente favoráveis e permanentes do ponto de vista do crescimento da economia nacional. Quem comenta essas expectativas, em depoimento exclusivo, é Davis de Luna Tenório - Tel.: (11) 5084-5229, trader PME, diretor da Associação Brasileira dos Executivos de Comércio Exterior (Adede) e da Uniblock - Comércio Exterior & Negócios Internacionais.

NOVO PROFISSIONAL
"A figura do trader existe há séculos no comércio, mas voltado especificamente às pequenas e médias empresas. É uma atividade que está surgindo no mercado com a primeira turma de formandos do curso de traders desenvolvido pelo Sebrae em conjunto com a ADVB no ano passado, que acabaram tornando-se empresários do segmento de comércio exterior. Objetivando esse nicho empresarial, fazemos de tudo, desde a prospecção de clientes, negociação internacional, resolução de trâmites burocráticos referentes à legislação até a elaboração de uma fatura comercial. Além disso, podemos atuar como consultoria e assessoria, marketing internacional, efetuando a operação de exportação por intermédio da nossa própria empresa. Podemos ainda participar de feiras internacionais, missões comerciais e rodas de negócio, levando os empresários e diluindo o custo da viagem entre eles. Isso aumenta a possibilidade do fechamento de negócios, em virtude da colaboração de um profissional que fala idiomas, entende de comércio exterior e da cultura do país importador. Podemos até representar o empresário em estande lá fora, para que ele não tenha que se ausentar da empresa."

PRIMEIRO PASSO
"A sugestão para o empresário que deseja ingressar no comércio exterior é começar pelo Mercosul, pois ele está isento de taxas, o que significa que o produto vai chegar a esse mercado com maior competitividade, sobretudo com a alta valorização do nosso câmbio. Não adianta querer abraçar o mundo, pois as pequenas e médias empresas aqui representam apenas algo em torno de 0,4% das exportações, enquanto esse percentual aumenta vertiginosamente na Europa para 45% e nos EUA para 50%. O Brasil é um país que não possui uma cultura exportadora, embora nunca se tenha falado tanto em comércio exterior como nos últimos dois anos. Pelo menos hoje, já percebemos ações concretas por parte de entidades de classe e do governo, além do incentivo à formação de consórcios que constituem a grande saída para os pequenos e médios empresários. Para exportar um produto, é preciso adequá-lo às necessidades e aos costumes de cada país, o que vai agregar valor internamente, tornando-o mais competitivo também aqui dentro."

VANTAGENS E OBSTÁCULOS
"A parte portuária e a logística do processo de exportação ainda são muito caras no Brasil, exigindo que o trabalho junto ao comércio exterior seja pensado com cautela e nunca a partir de uma visão aventureira. Existem empresários que encaram a exportação como uma válvula de escape, porque estão com prejuízo no mercado interno, incidindo em grande erro. É preciso preparar-se e ter um lote mínimo destinado à exportação para poder compensar os custos dos procedimentos operacionais e os riscos de se envolver com legislações internacionais. A abertura de mercados externos, na verdade, é um investimento inicial que vai dar retorno a médio e longo prazos. Não se deve esperar resultados grandiosos de imediato, mas as vantagens são muitas, incluindo maior aproveitamento da capacidade instalada, aprimoramento constante da qualidade, redução dos custos operacionais e da carga tributária por meio da isenção de alguns impostos, nome e marcas globalizados, diversificação de mercado, desenvolvimento de uma nova cultura e aumento da rentabilidade. Mas o empresário tem que acreditar no seu produto, e um bom indicador disso são as vendas e a aceitação no mercado interno."


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