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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 388 (12/09/1999)

O Novo Pacto da Representatividade

Não é preciso conhecer profundamente as origens dos problemas que assolam o País para perceber que falta à sociedade brasileira a capacidade de se organizar em setores compromissados e articulados com a idéia de representar de forma ativa segmentos empresariais com vistas ao desenvolvimento do mercado interno como um todo. Quem não tiver essa visão integrada do atual processo de mudança e ainda estiver preso a interesses pessoais e político-partidários está fadado a não conseguir dar um passo sequer na economia globalizada e vai pagar caro por isso, pois o Brasil tem pressa e já está atrasado na disputa por um lugar de destaque no cenário mundial. O depoimento exclusivo de Omar Ahmad Assaf, presidente da Associação Paulista de Supermercados (APAS) - Tel.: (011) 3022-2350, funciona como um alerta para a necessidade da formação de novos pactos na briga pela concorrência em condições tecnológicas igualitárias.

URGÊNCIA
"O imediatismo nasceu e aculturou-se no Brasil pela nossa própria instabilidade política e econômica, suplantando projetos empresariais. O pequeno negócio veio sentir o peso dessa cultura na hora da estabilização monetária, pois um país de 160 milhões de habitantes, emergente como é, atraiu boa parte do mundo que tem dinheiro de sobra para investir, especialmente o setor de alimentação e varejo, que já não consegue mais se expandir na Europa, seja pela falta de espaço ou pela legislação. As redes multinacionais vieram para cá e passaram a competir com tecnologia, com propostas e, principalmente, com dinheiro fácil para colocá-las em prática. As lojas nacionais de pequeno e médio portes viram-se obrigadas, de uma hora para outra, a buscar recursos para poder tornarem-se competitivas. Só que essa linha de crédito não está disponível no mercado, por mais imaginação que se tenha. O grande erro dessa abertura foi não garantir as condições de investimento de setores como o nosso. Era preciso ter nivelado os juros com base na economia brasileira para quem quisesse entrar no País. Do jeito que foi feito, enquanto as empresas que vêm de fora pagam juros de 3 a 4% ao ano, o nosso lojista chega a pagar até 80%."

ESPAÇO PARA TODOS
"Hoje, é preciso correr para informatizar as lojas e não há capital para isso, para reformá-las e adequá-las a um novo formato, porque o consumidor não quer saber se está sendo servido há trinta ou quarenta anos, mas sim quem oferece as melhores opções para ele. Ou os estabelecimentos se atualizam para conquistar uma condição de igualdade, ou não conseguirão ser competitivos, pois preço não quer dizer mais nada, preço é obrigação. Quando falamos em concorrência desleal, a briga não é com o hipermercado, mas sim por condições de igualdade para atrair o consumidor em termos de investimento em tecnologia, pois vai haver espaço para os grandes, para os médios e para os pequenos. Prova disso é que as empresas que estão vindo de fora estão comprando as lojas de vizinhança pela conveniência e pelo potencial de atender uma redondeza de até mil metros. Este é o futuro promissor dos supermercados, e o próprio mercado vai dar origem a essa transformação."

BASTIDORES
"A partir do Plano Cruzado, em 1986, que trouxe muito transtorno para o setor varejista, a APAS sentiu a necessidade de dar uma guinada na associação em busca de maior representatividade em nível estadual. Até o próximo ano, teremos quinze regionais para garantir uma interface entre o interior e a capital e assegurar o mesmo tipo de abastecimento. De forma democrática, abrimos para a criação de projetos que pudessem juntar todos os elos da cadeia produtiva e expor as necessidades do segmento. O pessoal envolvido acabou trazendo o governo e a sociedade, pois os bastidores do supermercado vão muito além da compra e venda de produtos. A ligação com a ECR Brasil surgiu dessa ação mobilizadora para igualar a concorrência em termos tecnológicos. Ela consiste basicamente na transmissão eletrônica de dados entre os estabelecimentos e os fornecedores, para que eles possam produzir aquilo que o mercado quer, evitando estoques inadequados e a depreciação de produtos. Estamos difundindo esse novo conceito pelo interior afora, levando palestras e técnicos especializados nesse tipo de gerenciamento."


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