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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 390 (26/09/1999)

Investir no Recondicionado

O consumidor brasileiro está adquirindo aos poucos a cultura necessária para aceitar e investir em peças recondicionadas, especialmente do setor automotivo. Fatores como o preconceito, a falta de uma divulgação adequada à reciclagem da produção industrial e o medo de adquirir componentes usados sem o menor tratamento, provenientes de desmanches, ainda emperram um mercado que fez surgir há 42 anos, nos Estados Unidos, a Associação Americana de Recondicionadores de Autopeças, com a participação atual de 2,5 mil membros do mundo inteiro. A Dokcar Comercial www.dokcar.com.br, única representante brasileira do setor até o momento, é uma prova de que existe grande potencial a ser explorado por aqui. Quem confirma, em depoimento exclusivo, essa nova tendência que, além de econômica, colabora com a preservação ambiental, é Djalma de Oliveira Neto, diretor da empresa.

TRADIÇÃO
"A nossa origem vem da indústria de limpadores de pára-brisas da marca Djalma, fundada pelo meu avô em 1956. Na década de 70, a fábrica foi vendida a um grupo americano, mas continua funcionando no mesmo local e utilizando o nome de origem. A idéia de trabalhar com peças recondicionadas surgiu em 1976, quando meu pai visitou uma feira do setor nos Estados Unidos e acabou aprofundando-se no assunto para trazer o know-how de lá, pois no Brasil não existia nada a respeito, era tudo novidade. Quando falamos em componentes remanufaturados, abrangemos um universo bastante amplo. No começo, recondicionávamos principalmente velas, mas hoje dedicamo-nos à parte elétrica do veículo, trabalhando apenas com três peças: dínamo, alternador e motor de arranque. O mercado ganhou novo impulso com a entrada das grandes multinacionais do segmento automotivo, que passaram a recondicionar as próprias peças que fabricavam, e isso pode ser considerado uma tendência mundial de comportamento, com leis que obrigam os fabricantes a cuidar da sucata, administrando ou recondicionando esse material para preservar o meio ambiente."

ESTRATÉGIAS
"O que mais chama a atenção do consumidor é o preço, pois uma peça recondicionada chega a custar um terço do preço da peça original e, em determinados casos, até menos. Quem compra um carro popular por R$ 10 mil pode ter dificuldade em trocar o motor de arranque, que quebra muito e eqüivale a quase 10% do valor do veículo, enquanto a peça recondicionada custa R$ 250. O recondicionamento funciona como uma alternativa econômica e segura, pois o comprador conhece a procedência do componente, recebe nota fiscal e tem garantia de seis meses, evitando os riscos de adquirir esse tipo de produto em desmanches clandestinos. Além da qualidade, mostrar que a peça é bonita e acondicionada em embalagens próprias e lacradas com o nosso selo ajuda a vender e a mudar a imagem que se tem de peças reutilizadas. Não adianta ficar falando que é bom, tem que apresentar o produto embalado para a pessoa poder tocar. Trabalhamos em nível nacional, contando com cerca de oitenta distribuidores espalhados por todo o Brasil. Em São Paulo, vendemos diretamente para oitocentos auto-elétricos cadastrados pelo sistema delivery, por meio de motoboys contratados para entrega rápida."

INADIMPLÊNCIA
"Para a concessão de crédito, analisamos sempre o tempo que a empresa está atuando no mercado, de quem ela compra, para quem ela vende, tudo isso por nossa conta, pois a Serasa fornece-nos todo o suporte de informação para decidir a venda. No caso das exportações para os países da América do Sul, que representam hoje 10% do nosso volume, dentro de um ano, esperamos chegar a 30%, em razão da instabilidade do mercado brasileiro, e a própria trading que faz a intermediação do negócio já oferece a garantia contra possíveis calotes. Utilizamos muito o processo de terceirização com fornecedores e funcionários que trabalham em empresas menores ou até mesmo em casa. Isso agiliza a linha de produção, ficando sob nossa responsabilidade testar os produtos, verificando todas as etapas, lacrá-los e cuidar do aspecto visual. Ao todo, são 25 pessoas envolvidas nesse processo, recondicionando em torno de 15 mil peças por mês. Como esse mercado está crescendo muito, estamos prevendo para este ano um aumento de 40% nas vendas em relação ao ano passado."


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