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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 391 (03/10/1999)

Tamanho não Garante Resultados

Quem acredita que as redes multinacionais de hipermercado vão dominar o comércio varejista brasileiro dentro de poucos anos pode ter uma surpresa. As dificuldades que essas lojas vêm enfrentando em razão do seu tamanho, muitas vezes desproporcional à demanda das localidades em que se encontram instaladas, indicam como tendência, a curto prazo, a valorização dos estabelecimentos de menor porte, pequenos e médios supermercados, capazes de garantir atendimento mais personalizado, além de maior facilidade de acesso a um mix variado de produtos. Um bom exemplo para comprovar essa preferência dos consumidores por estruturas mais enxutas, porém mais próximas das suas necessidades, é a rede de supermercados Galassiwww.galassi.com.br – localizada na região de Campinas/SP. Em depoimento exclusivo, João Carlos Galassi, diretor administrativo da empresa e diretor regional da Associação Paulista de Supermercados (APAS), revela as estratégias bem-sucedidas utilizadas na briga pela concorrência com os grandes representantes do segmento.

ADEQUAÇÃO
"A principal estratégia para assegurar boa gestão de supermercado hoje é saber dimensionar o porte do negócio em relação à comunidade. Partindo desse referencial, os supermercados levam a grande vantagem de poder oferecer atendimento personalizado. Como geralmente 80% do público consumidor é fiel, essas pessoas querem todos os dias os mesmos produtos disponíveis nos mesmos locais e querem ser atendidas por funcionários conhecidos. Manter a loja sempre com essas características é uma medida básica para quem deseja trabalhar no setor supermercadista. A empresa que ficar criando estabelecimentos de vários tamanhos para mercados diversificados, com produtos diferenciados, vai gerar sérias dificuldades administrativas. Quem possui lojas muito grandes não pode viver apenas da comunidade local e aí o esforço operacional de marketing e propaganda para atingir outros públicos começa a pesar e o foco central acaba perdendo-se."

SISTEMA ELETRÔNICO
"Mantemos atualmente duas lojas, uma de 1,7 mil e outra de 1,2 mil metros quadrados. Até novembro estaremos inaugurando a terceira unidade e vamos procurar concretizar o projeto de abrir uma loja por ano. Tínhamos a oportunidade de trabalhar com estabelecimentos maiores, mas isso iria dificultar a manutenção do mix de produtos. A cada dia, fica mais difícil administrar várias lojas com todos os produtos, o que nos levou à construção de um depósito central na área da matriz e à montagem de uma tecnologia de distribuição padronizada em termos de cadastro. Fomos escolhidos pela APAS para implantar o ECR no interior, uma ferramenta criada nos Estados Unidos para ajudar exatamente a manter um pedido mais coeso e um recebimento correto com redução de custo e de estoque que vai agilizar muito o varejo. Já estamos começando a desenvolver esse sistema com a Gessy Lever, recebendo o produto por via eletrônica. A implantação do ECR vai eliminar dentro de pouco tempo os boletos de pedido e os demais papéis que hoje ainda existem nas transações comerciais entre a indústria e o varejo."

PROTEÇÃO
"A concorrência com dois grandes hipermercados foi benéfica, porque acabamos descobrindo os defeitos do hipermercado e as vantagens do supermercado. Quando se estabelece a relação correta entre espaço x volume de vendas, dá para sentir que estamos bem perto em termos de resultados. Além disso, o custo e o estoque são menores, as lojas são mais tranquilas e acessíveis ao consumidor, que, a 30 metros da porta, já comprou metade do que queria. Até o cadastro para concessão de crédito fica facilitado, com a ajuda da Serasa, que implanta no próprio PDV um sistema automático de consulta para cheques. O futuro indica que vai haver muito mais supermercados do que se supunha. Tanto assim que as grandes redes estão investindo agora na compra de estabelecimentos de pequeno porte. Aí a concorrência torna-se um problema, pois possui estrutura, tecnologia e dinheiro para comprar o negócio pronto que quiser, indiscriminadamente. As leis protecionistas para o setor deveriam atuar nesse sentido, obrigando quem quisesse vir para o Brasil a construir um novo ponto e a gerar empregos."


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