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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 400 (05/12/1999)

A Terceira Onda do Pequeno Varejo

Houve um tempo, não muito distante, em que comerciantes e fregueses se conheciam pelo nome, trocavam idéias e opiniões, estabelecendo uma relação de amizade que resultava na fidelização do consumidor. Bom para o cliente e melhor ainda para o lojista. Com o crescimento do processo inflacionário no Brasil, esse relacionamento, tão importante para o pequeno comércio, começou a esfriar, a perder sua força diante de um mercado cada vez mais dominado por grandes supermercados e magazines, em que os produtos precisavam apenas ser repassados com a rapidez calculada de uma máquina, uma vez que a desvalorização corroía o lucro de forma diária. Hoje, apesar de as redes tomarem conta de boa parte das atividades comerciais, o varejista de menor porte ainda pode e deve garantir seu espaço a partir da retomada da proximidade com o seu público. Isso não significa voltar à época das cadernetas mensais, mas sim descobrir fórmulas modernas para conquistar o comprador por meio de um atendimento personalizado. Promoções, brindes, sorteios, entrega a domicílio, abertura para sugestões e crédito facilitado: vale tudo na disputa para cativar o freguês com a mesma empatia do passado. Quem alerta para essa nova fase do comércio varejista, em depoimento exclusivo, é Ruy Pedro de Moraes Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo - Tel.: (11) 255-8400.

ÔNUS DA INSTALAÇÃO
"O sindicato não é contra a instalação do emissor de cupom fiscal a partir do início do ano 2000, mas estamos prevendo que os pequenos comerciantes terão que arcar com as despesas do equipamento e do manuseio do aparelho, muitas vezes sem ter de onde tirar esse dinheiro. Parece que o governo pretende financiar esse processo por intermédio dos seus órgãos, mas normalmente esses financiamentos exigem uma porção de garantias difíceis de ser comprovadas do jeito que está a situação atual. Esse seria o primeiro passo para a automação, uma tendência da qual não temos como escapar. Nosso comércio ainda está engatinhando perto do que existe nos países mais desenvolvidos em todos os aspectos, especialmente na agressividade de marketing para chegar ao consumidor, cujo perfil mudou completamente nesses últimos anos. Nós estamos começando a perceber isso agora, mas eles já perceberam há mais tempo e estão investindo bastante na conquista desse novo freguês, no modo de pensar e dirigir o negócio."

COMPASSO DE ESPERA
"Para abrir um comércio, o futuro lojista precisa, em primeiro lugar, analisar com bastante prudência o que quer, estudar bem o mercado para ver se existe a necessidade do produto que ele está disposto a comercializar, levando em consideração a localização e o ponto escolhidos. Tudo isso tem que ser verificado com precaução para que se possa evitar aquilo que estamos vendo atualmente. O indivíduo abre uma loja e, dentro do espaço de seis meses a um ano, fecha, perdendo tudo, inclusive o dinheiro do fundo de garantia que foi investido no empreendimento. Não é possível entrar em um negócio e achar que o dinheiro ganho durante o dia pode ser gasto à noite. É preciso fazer uma reserva, controlar direito para conseguir prosperar. Eu não aconselharia a abertura de um comércio hoje, mas sim esperaria mais um pouco para ver como vai ficar a situação. Por enquanto, não vejo luz no fim do túnel, por isso a recomendação é cautela para ver se o governo vai dar o arranque que está prometendo dar, pois estamos todos na dependência das leis que estão para entrar em vigor."

EVENTO
"Realizamos no final de novembro o Lojista 99, aqui mesmo na sede do sindicato, que consistiu em um seminário de gestão e automação para o comércio lojista, com atenção especial voltada ao pequeno e médio varejistas obrigados a instalar o emissor de cupom fiscal. Nosso objetivo principal foi promover uma troca de informações, uma reciclagem e um aprendizado prático com vistas ao desenvolvimento do negócio. Para isso, houve palestras e a exposição de todos os tipos de equipamentos disponíveis no mercado, para que o lojista pudesse ir entrosando-se com as máquinas, com o objetivo de chegar à alternativa mais viável para o seu caso. Temos 3.609 associados e cerca de 30 mil contribuintes que poderão continuar a contar com a nossa assistência em constante aprimoramento para atender cada vez melhor a categoria."


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