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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 422 (07/05/2000)

Por Ações Mais Justas

As empresas de capital aberto pagam mais impostos do que qualquer outro tipo de empresa no Brasil. Esse e outros sérios obstáculos que ainda emperram o desenvolvimento do mercado acionário nacional justificam a existência e os esforços da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) - www.abrasca.org.br - em lutar por um segmento tão desprotegido. Em depoimento exclusivo, Alfried Karl Plöger, presidente da entidade e também da Companhia Melhoramentos de São Paulo, que está completando 110 anos de existência, faz uma retrospectiva da bolsa de valores nas últimas décadas, assinala o caos da situação atual, bem como as previsões para a era virtual da nova economia e seus efeitos no mercado de capitais.

CASTIGO
"O mercado de capitais no Brasil está passando por uma fase complicada há bastante tempo. No início da década de 60, os incentivos foram veementemente crescentes e pujantes, com as pessoas físicas podendo até abater do Imposto de Renda as aplicações feitas na bolsa. Dos anos 80 para cá, tudo isso foi minguando e transformando uma empresa de capital aberta em um castigo, e não mais em um prêmio. O nosso mercado de capitais inexiste para lançamentos primários, os novos lançamentos, motivo pelo qual as empresas brasileiras estão migrando para as bolsas no exterior. Temos atualmente 72 empresas registradas na bolsa de Nova Iorque, duas na bolsa de Madrid e, em seguida, vem a bolsa de Londres, com a qual já tivemos vários entendimentos e, com isso, o nosso mercado vai desaparecendo. Essa situação não se dá apenas pela falta de incentivos, mas basicamente pelas altas taxas de juro, que levam as pessoas a aplicar mais em renda fixa e menos em renda variável, e pelo Custo Brasil. Só a CPMF do mercado de capitais equivale a oito vezes o custo de uma transação na bolsa americana, fora os tributos sobre os ganhos, as anuidades e as taxas de fiscalização."

INTERNET
"A Internet é uma realidade para a qual o mundo ainda não está estruturado. Em tese, as operações podem ser fechadas pelo acionista com diversos países sem bolsa, sem operador, do próprio computador no criado-mudo. Não tem nada intermediando e muito menos órgãos fiscalizadores ou o Fisco. As questões sobre o mercado de capitais no Brasil deveriam avançar nessa direção para ver se, pelo menos uma vez na vida, nós possamos sair na frente dos outros países, faturar em cima disso e não deixar outra vez o Estado na frente. Talvez com o tempo, a tendência da Internet seja acabar com as próprias bolsas, o que exige que elas tenham muito claro o seu objetivo futuro. Essas transformações, tanto do ponto de vista econômico quanto tecnológico, já estão acontecendo e não vão parar justamente no mercado de capitais, que é tão ágil e virtual, muito mais do que a venda de qualquer bem de consumo."

MIX DIVERSIFICADO
"A Abrasca surgiu há 27 anos, porque as empresas de capital aberto se viram desprotegidas em relação a toda gama de assuntos que lhe diziam respeito. A nossa prioridade atual não é de natureza contábil ou fiscal, mas sim macroeconômica, embora tenhamos sempre como objetivo defender os interesses dos nossos 250 associados. Somos uma das poucas instituições que abrangem todos os tipos de empresa - privadas, recém-privatizadas e estatais - entre indústrias, comércios, serviços, bancos e seguradoras, compondo um mix saudável e interessante. Graças a essa diversificação, conseguimos promover discussões muito ricas e com o máximo de objetividade, sem correr o risco de ter colocações subjetivas e unilaterais. Pode parecer que a Abrasca seja uma associação voltada a desenvolver o mercado bolsístico fora do País, porque não vê alternativas aqui, mas é o contrário. Realizamos anualmente vários seminários internacionais cuidadosamente preparados para apresentar o potencial das empresas brasileiras e do Brasil lá fora. Com isso, tentamos mostrar aos investidores a importância de fortalecer as empresas no nosso mercado de capitais. Somos também árduos defensores da privatização da previdência, que será, com segurança, uma grande carreadora de recursos para o mercado de ações."


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