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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 435 (06/08/2000)

Prêmio à Vocação Empreendedora

Até mesmo na visão do empresário e um dos homens mais conceituados do Brasil, a grande riqueza de um país está nas pequenas empresas que, incógnitas no dia-a-dia, são as responsáveis pela geração do maior número de empregos à sociedade. Esse reconhecimento do valor e da importância social dos empreendimentos de menor porte veio de Antonio Ermírio de Moraes, agraciado pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo (www.crasp.com.br)com o título de Administrador Emérito, em cerimônia realizada no dia 29 de junho de 2000, na Mansão Cidade Jardim, em São Paulo. Durante seu discurso de agradecimento pela homenagem concedida, ele falou, com sua franqueza habitual, sobre os rumos da globalização em nível nacional e internacional, bem como da necessidade de competir com ética e de acreditar na capacidade do cidadão brasileiro.

ATENÇÃO
"A globalização, que é necessária e irreversível, é ao mesmo tempo cruel, porque cria o desemprego, fazendo com que o mundo se transforme rapidamente. Nós temos que estar atentos a essa transformação, acompanhando-a da melhor maneira possível. Só para dar uma idéia da dimensão do problema, em 1960, 20% da parcela mais rica do mundo controlava 70% dos recursos do Planeta, enquanto 20% da parcela mais pobre controlava apenas 2,34%, resultando numa relação de 30 para 1. Em 1984, ainda antes da globalização, essa mesma relação passou de 60 para 1. Concordo plenamente que a distribuição de renda no Brasil é lamentável, como dizem os noticiários, mas temos que nos conscientizar de que, se não tomarmos providências, a tendência da situação é piorar, pois, com a globalização, vai sobrar muito pouca gente. No passado, a dominação e a exploração dos países mais poderosos eram feitas com armas. Hoje é diferente, não tem briga, tudo é feito com um simples toque no computador."

PRIORIDADES
"É muito fácil criticar, mas, se não fizermos a nossa parcela, não adianta cobrar nada do governo. Se nós acreditamos no País, na capacidade do brasileiro, temos que competir. Devemos não só pagar os impostos corretamente mas também avaliar se podemos fazer alguma coisa além disso, principalmente no que diz respeito à educação e à saúde, que são as duas grandes prioridades nacionais. Se tivéssemos investido em educação o que foi investido no programa nuclear, seríamos bem mais competitivos desde a década de 90. É preciso fazer com que as universidades ensinem a pensar, a pesquisar, e criar um maior número de escolas profissionalizantes para desenvolver o País. Bons eletricistas, mecânicos ferramenteiros e moldadores são homens necessários e nunca estão desempregados. Se nós prestarmos atenção a esse aspecto educacional como um todo, certamente o Brasil vai responder positivo em breve. Isso deve ser feito para que não aconteça aqui que o aconteceu com o continente africano. É muito cômodo exaurir um continente e depois culpá-lo pela incompetência da sua diversidade étnica, e eu não quero que isso venha a ocorrer com o Brasil amanhã."

TRÊS QUALIDADES
"Para ser empresário, é preciso competência, honestidade e, acima de tudo, humildade, porque é isso que une os homens, enquanto a vaidade os separa. Durante o meu período de campanha para governador vi tanta miséria, tanto discurso vazio, que resolvi escrever uma peça de teatro para mostrar as dificuldades que as pessoas enfrentam. Ser empresário no Brasil é uma coisa terrível. O Brasil é um país de burocratas, trabalha-se para eles, infelizmente. Aqui, castiga-se muito quem trabalha a sério, quem produz e facilita-se muito a vida do especulador. Eu sou favorável ao capital estrangeiro que vem aqui para investir, e não para especular, pois especulação nós já temos demais. Nós precisamos de gente que venha nos ensinar como produzir, como ser corretos, para que o Brasil possa dizer presente a esse mundo chamado globalizado. Temos que ser um país onde exista orgulho do trabalho, da correção, da competência dos seus cidadãos, e não da riqueza que eles possuem em seus bolsos. Eu quero um Brasil que possa ser reconhecido lá fora pelo caráter dos seus homens."


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