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A Psicologia da Dieta Personalizada
 Um dos segredos do emagrecimento é a persistência. Não basta tomar atitudes isoladas e a curto prazo para evitar a obesidade. Mas não é fácil romper com velhos vícios e decidir-se por uma alimentação balanceada. Ela exige uma nova postura, hábitos radicais e, principalmente, conhecimento e tempo disponível para criar alternativas à mesa. Nas rotinas urbanas, tomadas pelos compromissos e os desafios de sobrevivência, isso, às vezes, se torna impraticável, a não ser que existam pontos de apoio para que a vida tome um rumo diferente.
Um casal decidiu transformar essa necessidade numa empresa, a Diet Center - tel.: (011) 941-9049 -, de São Paulo. Vera Lucia M. Uberti e seu marido Giambi notaram que trabalhar nesse setor exige um atendimento diferenciado para cada caso, credibilidade e sensibilidade, pois muitas vezes o excesso de peso está ligado a problemas psicológicos. Escutar os clientes, levantar suas opiniões e gostos e propor uma rotina alimentar que emagreça sem comprometer a saúde têm sido o motivo principal do sucesso do empreendimento, que conta com o suporte da consultoria do SEBRAE/SP.
Essa trajetória não está imune a várias dificuldades, que têm sido encaradas de forma didática para que a empresa possa crescer com segurança, evitando as armadilhas de um setor ainda emergente no Brasil. É o que Vera Lucia e Giambi - que veio da Itália há poucos anos - contam no depoimento a seguir.
PRIMEIRO A LOJA, DEPOIS A FÁBRICA - (Depoimento de Vera Lucia)
"Minha mãe dá aulas sobre Educação Alimentar, desenvolvendo temas como, por exemplo, a estratégia para evitar o aumento de peso nas férias. Só que as pessoas não tinham tempo para cozinhar. Uma senhora que estivesse interessada na dieta teria que chegar em casa e fazer sua comida de um jeito; para o filho e o marido, de outro.
Eu e minha irmã - não estava casada com Giambi na época - resolvemos, então, no início, auxiliar as pessoas que assistiam às palestras. Começamos a fazer a comida que era recomendada nos cursos. As próprias clientes começaram a divulgar nosso trabalho, e fomos crescendo, fazendo, também, doces e especializando-nos na matéria de dietéticos. Todas as clientes dos Vigilantes, assim como da Peso Ideal ou da Meta Real, que são firmas especializadas nesse assunto, são clientes potenciais nossas.
Montamos a loja e, dentro deste espaço aqui, no Tatuapé, instalamos, também, uma fábrica, que tem uma cozinha para salgados, com fornos industriais, uma confeitaria, um departamento de embalagens e uma câmara frigorífica. Hoje, entregamos comida a domicílio, dietas balanceadas para uma semana, um mês, conforme o pedido. Tem gente que chegou a perder 30 quilos num semestre."
CRESCER COM REDE DE SEGURANÇA - (Depoimento de Giambi)
"Conheci Vera Lucia na Nova Zelândia. Fazia uma viagem para escapar um pouco das pressões familiares, pois minha família tem uma revendedora de automóveis na Itália e queria que eu participasse do negócio. Com o casamento, acabei sendo seduzido pela atividade empresarial, mas não da forma como meu pai queria.
Estranhei um pouco a realidade brasileira, como a inflação e a instabilidade da moeda, que agora parecem ter tomado o rumo certo. Também o relacionamento volátil entre patrão e empregado é diferente do resto do mundo. Na Itália, o período de experiência é de três anos, e, depois desse período, não se pode demitir ninguém, só em casos excepcionais. Aqui, o funcionário não costuma ter uma mentalidade de ficar muito tempo na empresa, de criar vínculos, de crescer junto com a empresa. Felizmente, hoje conseguimos um quadro de onze pessoas em que a rotatividade é baixa.
O relacionamento com os sindicatos é difícil, e fica complicado fazer um plano de carreira, criar níveis de remuneração, pois sempre esbarramos em empecilhos burocráticos. O diálogo precisa ser permanente, para evitar transtornos. Já ouvi pessoas falarem que somos loucos, porque registramos todos os funcionários. Outra dificuldade foi a falta de hábito que existe em muitas firmas de não querer expedir notas e pagar os impostos em dia.
E também de não respeitar as datas de validade ou desconfiar da seriedade dos produtos, especialmente no nosso setor. Já ouvi dizer que é comum não fazer o balanceamento correto e, mesmo assim, vender como se fosse comida 'diet'. Tudo isso nos obriga a ter muito cuidado, pois dependemos de credibilidade para a empresa sobreviver e crescer, com absoluta segurança. Também estranho a mentalidade que existe entre alguns empresários de querer recuperar o investimento rapidamente ou de trocar de carro todo o ano. Isso não existe no Primeiro Mundo."
REVENDEDORES OU FRANQUIAS? - (Depoimento de Giambi e Vera Lucia)
Os produtos comercializados, marca e patente são registrados como Nutradiet. Fazemos entrega em toda a cidade e nos arredores, de Guarulhos a Alphaville, oferecendo 56 tipos de pratos diferentes. Estamos experimentando um sistema de revendedores e sentimos que precisamos dominar todo o processo, para evitar qualquer inconveniência.
Temos que ter cuidado, pois nosso atendimento é personalizado. Temos que ser um pouco psicólogos para entender o que o cliente precisa. Criamos a dieta específica por computador e damos atendimento integral, com todas as informações necessárias.
Achamos também interessante criar, no futuro, filiais para atingir outros mercados, com funcionários treinados por nós. Outra alternativa é a franquia. Não pensamos em vender em supermercado, pois corremos o risco de criar toda uma estrutura, fazer um alto investimento para atender uma grande demanda e, de um momento para outro, perder todas as encomendas. Isso é perigoso."
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