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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 180 (17/09/1995)

Como Valorizar Cada Hora do Dia

Uma empresa de serviços vende conhecimento embalado por medidas de tempo. Hora-homem é a unidade básica que define sobrevivência, lucro e crescimento nesse setor. Isso não deixa margem para o voluntarismo, aquele vício de pessoa física transportado para muitos empreendimentos nascentes em que se procura fazer de tudo um pouco, cobrando apenas pela atividade-fim, sem levar em conta os numerosos parâmetros que compõem o conjunto do serviço prestado.
O instrutor de tênis Antônio Farinas precisou aprender esses princípios, depois que fundou a Sun Tennis Promoções Ltda. - Tel.: (011) 889-9940. Atendendo os alunos nas casas, academias ou condomínios, ele desenvolveu métodos apropriados para cada tipo de cliente - especialmente crianças. Com a ajuda da tecnologia e a colaboração da sócia Suzana Silva, que também é tenista, ele criou, a partir dessa decisão, novos produtos, como aulas através de vídeos.
Só que, em determinado momento, descobriu que a empresa estava crescendo, mas não evoluía, pois as despesas aumentavam no mesmo ritmo do faturamento. Para romper esse ciclo vicioso, ele contou com a orientação do SEBRAE/SP, que detectou uma série de equívocos no seu comportamento empresarial.
Desde 1992, quando fundou a empresa, este é o primeiro ano de solidez financeira, graças às medidas que adotou para resolver os problemas. É o que ele conta no depoimento a seguir.

APRENDI INGLÊS NA MARRA -

"Quando tinha dez anos de idade, meu pai levou-me a um clube e fiquei apaixonado pelo jogo de tênis. Com treze anos, já conseguia resultados bons, pois treinava muito e tinha facilidade manual e talento. Mais tarde, aprendi de um jeito duro que as coisas não eram bem assim. Fazia muita coisa com a bola no lugar, parado, mas eu não tinha aulas de deslocação. Isso iria fazer-me muita falta.
É preciso toda uma estrutura para você desenvolver o trabalho de pernas, que é uma coisa que aproxima o tênis do futebol. Você precisa chegar na bola em décimos de segundo. Aos quinze anos, quando o garoto adquire força muscular, comecei a sofrer com a falta desse preparo e a perder jogos. Nessa fase da adolescência, o esporte exerce muita pressão psicológica e tudo se torna confuso. Mas superei esses obstáculos e firmei-me como tenista profissional, jogando para a Pirelli e participando de campeonatos no Brasil e no exterior.
Entrei para a faculdade de Educação Física, em que nem existia uma cadeira de tênis, e aprendi inglês na marra, para me informar sobre o esporte em revistas estrangeiras. Quando me decidi casar e ter uma vida financeira mais estável, comecei a dar aulas de tênis, que era um ramo muito carente aqui no Brasil. Hoje, existe mais academias ensinando, e só no Estado de São Paulo estão registrados 100 mil praticantes de tênis."

NOVA BASE PARA O APRENDIZADO
"Em 1989, descobri que eu acreditava mais no meu taco do que nos empresários para os quais estava trabalhando. Vi que estava exercendo várias funções e sendo pago só por uma. Mas precisava de mais habilidades para poder desenvolver minha empresa e, por isso, resolvi estagiar em cinema publicitário, para aprender a me comunicar com vídeo.
Minha sócia Suzana Silva foi fundamental para definir uma especialidade da empresa, que foi elaborar um método para ensinar as crianças a jogar tênis, com a ajuda de uma tecnologia especial, pois o Brasil estava perdendo tenistas. Não sofremos apenas com a falta de infra-estrutura - falta de quadras em espaços públicos, por exemplo. Nosso problema é mais fundo: pesquisamos e descobrimos que, se você trata a criança como um pequeno adulto, você queima a criança. Vejo em campeonatos pessoas de 10 anos que tem forma e postura de adultos. E isso é encorajado pelos pais. Até os 18 anos, o atleta vai bem, mas, quando chega aos 20, ele está acabado. Precisávamos, então, mudar a base do aprendizado."

LEIA O SEU CLIENTE
"A idade ideal é aquela em que a criança mostra o fascínio e é correspondida por aquele profissional, ou pai, que toma conta dela. Por isso, temos hoje bolas que pingam pouco, raquetes pequenas, para facilitar o manuseio. Existe muito de lúdico no aprendizado que adotamos e também versatilidade, pois, dependendo de cada caso, propomos, como complemento, atividades como natação, judô ou basquete.
Registro em vídeo o movimento dos alunos e, a partir daí, mostro como se deve bater na bola, fazer deslocamento etc. Por isso, desenvolvemos o Tênis para Crianças Volume 1, um vídeo que está obtendo bastante aceitação. O importante é vender qualidade, um serviço personalizado, em que você precisa educar-se para ler seu cliente, detectar sinais não verbais, ter tolerância com ele e entender o que ele está sentindo.
O problema é que assumi muitos encargos na empresa e, freqüentando o SEBRAE/SP, aprendi a delegar funções que não são minha especialidade e a me concentrar em atividades que agregam valor. Fico, também, na quadra, mas me dedico à reciclagem e formação como empresário, a fazer cálculos, projeções, pesquisas e a ler sobre tendências do ensino. Aprendi a calcular direito os gastos, a cobrar meu tempo despendido, meus serviços e a colocar no preço final coisas como a obsolescência dos meus equipamentos."


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