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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 487 (05/08/2001)

Social em Exposição

As empresas brasileiras sempre foram convidadas a fazer doações de todos os tipos, mas geralmente ficavam sem saber ao certo se o recurso era mesmo empregado para a finalidade à qual se destinava. O que diferencia a responsabilidade social dessas iniciativas filantrópicas é uma intervenção direta na sociedade, na comunidade local primeiramente, por meio de um projeto que tem início, meio e fim. Quem estabelece esta definição é Lívio Giosa, coordenador-geral do Instituto ADVB de Responsabilidade Social (Ires) - e-mail:[email protected] - Tel.: (11) 284-4044 . Em depoimento exclusivo, ele fala das mudanças sócio-econômicas que estão transformando a visão do papel das organizações empresariais no contexto nacional e faz um apelo aos empresários que colaboram para melhorar as condições de vida da população a divulgar suas iniciativas para que sirvam de bons exemplos e fonte de inspiração na exposição à mídia.

ALÉM DO LUCRO
"A prática de ações voltadas para o social tiveram início nos países mais desenvolvidos a partir da década de 90. No Brasil, começamos a participar desse processo de transformação no sentido de despertar para uma visão mais ampla das estruturas, para o aprendizado na relação com o governo, da questão da ética e da cidadania, além da qualificação do meio ambiente como questão de sustentabilidade da própria organização humana. Isso veio a ficar muito claro, passando da sociedade para as empresas, que estão percebendo que possuem um papel que vai além do lucro, incluindo a busca de equilíbrio social capaz também de alterar as condições de mercado. Os primeiros indicadores dessa nova performance remetem à figura do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que deu o passo inicial na tentativa de minimizar o problema da fome e da miséria. Com isso, a responsabilidade social foi metodizada e interpretada de modo a ser diferenciada da idéia de filantropia empresarial."

PLANO DE AÇÃO
"De acordo com o conceito de responsabilidade social, deve existir um envolvimento total dos recursos humanos da empresa na aplicação dos recursos financeiros por meio de uma metodologia de ação que vai proporcionar, no decorrer de um tempo X, um resultado Y que provoque a inclusão social. É preciso ter funcionários que queiram exercer esse papel, pois esse fator é que faz a diferença, independentemente do tamanho, do local ou do segmento de atuação. Não importa se vai atender as necessidades de 2 mil ou de duas pessoas, uma vez que existem problemas de todas as ordens. As grandes empresas costumam participar com programas de larga abrangência, mas as pequenas e médias organizações também podem contribuir usando a criatividade e o calor humano. O segredo está em fazer as pessoas engajarem-se e cabe ao empresário identificar uma forma de ação dentro da sua comunidade e dar a ela uma seqüência programada para envolver todos os que estão ao seu redor. Outra solução está na união de várias pequenas empresas de uma mesma localidade, formando o que chamamos de rede social."

PARCERIA
"Existem as saídas individual e coletiva. Na primeira, há o risco de o empreendedorismo social não dar certo, em razão de fatores como insuficiência de tempo e do comprometimento das pessoas. A opção mais usada atualmente, válida para qualquer tipo de empresa, está na associação a ONGs, organizações especializadas no início ou no aprimoramento de projetos sociais. Como já existem milhares dessas entidades no Brasil, é preciso cuidado no estabelecimento da parceria, no sentido de pedir referências sobre a instituição e analisar o trabalho desenvolvido por ela. Nos Estados Unidos, as ações sociais ficam restritas às minorias desfavorecidas, mas como a nossa infra-estrutura básica não atende boa parte da população, as empresas brasileiras estão conscientizando-se de que precisam fazer alguma coisa em benefício da sociedade, que extrapole uma simples estratégia de marketing. Temos pesquisas qualitativas que mostram que o consumidor está punindo quem não age pensando em agregar novos valores ao seu negócio, que vão além do produto ou serviço, porque a própria sociedade está sentindo a importância da virtude empresarial em acelerar as políticas públicas de bem-estar social."


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