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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 565 (02/02/2003)

Turismo para Exportação

Com a alta do dólar, o turismo brasileiro cresce a cada ano e está ajudando o País a equilibrar as suas contas externas. No entanto, apesar de ser a segunda maior fonte geradora de divisas na balança comercial, perdendo apenas para a soja, a atividade turística no Brasil sempre foi tratada como um negócio secundário. Nunca houve iniciativas que buscassem oficializar efetivamente o turismo como produto de exportação e nem mesmo o Banco Central preocupou-se em normatizar regras para esse fim. Até hoje, embora tenha havido a implementação de numerosos cursos em nível superior, o agente de viagem ainda não tem a sua profissão regulamentada, fator imprescindível para que haja seriedade no setor, bem como para a reivindicação dos direitos trabalhistas. Ciente dessas dificuldades, a Embratur acaba de eleger seu novo presidente para vender o Brasil aqui e lá fora. Quem fala, em depoimento exclusivo, sobre a necessidade de valorizar e regulamentar as operações turísticas em território nacional é Eduardo Mansur, diretor da Turiscred - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3151-5222.

SEM REGRAS
"A partir de 1999, nós começamos um trabalho para desenvolver o turismo como produto de exportação e obtivemos o apoio financeiro de US$ 531 mil do Programa de Exportação para o Financiamento do Turismo (Proex). Na verdade, o turismo brasileiro já vem sendo exportado, mas de uma maneira não regulamentada. Podemos verificar que os números oficiais do turismo não coincidem com a realidade, pois o Banco Central só pode fornecer os números que são oficialmente registrados e, até hoje, o turismo é exportado de maneira desregulamentada. A grande maioria das operações de câmbio efetuadas no turismo é realizada no câmbio paralelo, fazendo com que o Banco Central nem tome conhecimento delas. É muito comum a prática dos hoteleiros brasileiros venderem os produtos lá fora e mandarem o dinheiro para as suas contas no exterior, de modo que o dinheiro não entra oficialmente no País."

EMPREGABILIDADE
"A geração de empregos hoje depende muito da indústria do turismo, porque ela consegue gerar condições de emprego a curtíssimo prazo, sem maiores investimentos. Trata-se de uma indústria que já está pronta, capaz de criar condições de trabalho independentemente de grandes programações ou projetos, gerando empregos até para as pessoas sem qualificações definidas. O turismo é responsável pela sobrevivência dos ambulantes que, durante o verão, fazem a sua receita vendendo produtos na praia. Tardiamente, criou-se agora o Ministério do Turismo que esperamos seja bastante ativo. Infelizmente, o comércio do turismo no Brasil dedicou-se mais em mandar os brasileiros ao exterior do que em buscar os estrangeiros para visitar o País, apesar de nós já termos uma excelente infra-estrutura que pode suportar a demanda de passageiros internacionais até duas vezes e meia a mais do que temos recebido. O que falta é uma estratégia para desfrutar de todos os recursos da indústria do turismo, por meio de um programa sério, assistido pelo governo federal, que tenha também a participação de toda a iniciativa privada."

COOPERATIVA
"Temos preço imbatíveis, condições de hospedagem, transporte aéreo, mas não temos condições de divulgar isso, o que é uma lástima. Nós, da Turiscred, estivemos recentemente no Chile e fechamos mil pacotes de viagem para Porto Seguro, dentro dos limites de financiamento do Proex. Quando fomos oficializar o contrato, foi divulgada a pré-bancarrota da Varig, em novembro. Apesar dessa infeliz coincidência, o projeto continua e estamos tentando viabilizar uma solução até março. Pretendemos que isso se torne um projeto de domínio público, tanto que constituímos uma cooperativa cuja função é agregar as pequenas e médias agências de viagem para negociar tarifas e formatar pacotes que possam ser vendidos internacionalmente. Estamos vinculando o lançamento da cooperativa ao primeiro negócio realizado. Por isso, estamos esperando completar a operação com o Chile para chamar todos os agentes de viagem e propor a filiação. Em vez de vender um projeto, nós optamos por vender a realização."


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