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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 601 (12/10/2003)

Desenvolvimento Compartilhado

Viabilizar a internacionalização das micro e pequenas empresas brasileiras vem sendo um desafio constante para as entidades de classe e para a iniciativa privada. Atuando de forma isolada, dificilmente os empreendimentos desse porte conseguem ter acesso ao mercado externo. Por meio de um site na Internet, elas podem até receber consultas, mas é muito difícil iniciar e consolidar um plano de exportação, seja pela falta do domínio dos diferentes idiomas, seja pelas adaptações necessárias dos produtos às exigências do mercado internacional. A solução encontrada por muitos países para estes e outros problemas referentes à atividade exportadora foi a formação de consórcios que reúnem várias empresas de um mesmo segmento para baratear os procedimentos operacionais de promoção e de logística. No Brasil, já existem várias dessas associações funcionando a pleno vapor para promover a imagem do País lá fora. Uma delas é a ABEV - Associação Brasileira dos Exportadores de Vestuário – Tropical Spice, um consórcio voltado para o setor de confecção, situado no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Em depoimento exclusivo, Eliseu Simões Neto, diretor de relações internacionais - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 222-3825, fala sobre as vantagens e as dificuldades desse tipo de iniciativa vivenciadas na prática diária.

CENTRAL DE SERVIÇOS
"A Tropical Spice funciona como uma central de serviços criada exclusivamente para os associados, disponibilizando uma lista de procedimentos que inclui a procura por compradores no exterior, a comunicação, a negociação, a preparação da documentação, a cobrança, a busca de representantes e de distribuidores, a preparação de missões, a participação em feiras, catálogos, além da orientação quanto à formatação de sites. No ano de 2000, quando o consórcio começou, contávamos com quinze empresas, e a previsão de custo era de 1/10 do orçamento que uma empresa gastaria para fazer o mesmo programa de promoção comercial individualmente. A grande vantagem é ter toda uma carteira de serviços de alta qualidade, que estava disponível apenas para as médias e grandes organizações, por um custo muito menor e compartilhado. Outro benefício seria a possibilidade de ter acesso a diferentes mercados ao mesmo tempo."

REQUISITOS
"Uma das condições necessárias para que uma empresa entre no consórcio seria preencher uma ficha cadastral sobre o que ela produz, qual é a faixa de preço, entre outras informações. Simultaneamente, ela deve mandar uma carta de intenção que vai depender da aprovação unânime dos associados. Temos que lutar contra a predisposição ao individualismo, não que essa característica seja da natureza do empresário brasileiro. O que existe é a falta de experiência em trabalhar coletivamente. Uma das funções da nossa central de serviços é garantir a obediência aos padrões de coletividade. Todas as sextas-feiras, nos reunimos para tomar as decisões em conjunto. Desde o primeiro momento que a empresa entra no consórcio, ela já sabe que precisa do apoio dos demais associados para que consigamos manter o equilíbrio, a responsabilidade mútua, e saber o que é importante para o grupo. Não há espaço para o individualismo numa organização como o consórcio."

SEGMENTAÇÃO
"Em 2003, tivemos um boom de crescimento e estamos com quase quarenta empresas associadas. Estamos tentando melhorar os subgrupos que compõem o segmento, com ênfase na especialização para ter uma promoção comercial mais eficiente. A meta é chegar até o final de 2004 com cem empresas diferenciadas. Atualmente, contamos com o apoio da Agência de Promoção de Exportações (Apex) para suporte financeiro, além do Sebrae-SP e do Senai para capacitação e treinamento. O custo mensal para cada associado é de R$ 500 e de 4% sobre as vendas para formar um fundo comum destinado à participação em feiras internacionais com stand coletivo. Hoje, exportamos para quase trinta países, tendo iniciado as atividades focadas na América Latina por questões geográficas, culturais e de logística. Estamos investindo na Europa com a perspectiva de vender mercadorias com maior valor agregado. Não queremos competir com produtos de grande escala, porque não vamos conseguir competir em termos de preço. Por isso, procuramos diferenciar-nos na qualidade, na inovação e no design."


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