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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 604 (02/11/2003)

De Olho na Política

Quem pensa que está sozinho na luta contra as injustiças e os desafios que assolam a vida econômica e social do País está enganado. Embora exista toda uma legislação que dificulta o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, há também entidades sérias e comprometidas com a urgência das mudanças capazes de, a longo prazo, proporcionar à maioria da população uma qualidade de vida com mais geração de empregos e com melhor distribuição de renda. Na visão do empresário Mário Ernesto Humberg, primeiro coordenador do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) - www.pnbe.org.br - a mais importante das reformas a serem feitas é a política, já que partem do Congresso Nacional todas as ações que afetam o dia-a-dia dos brasileiros. Como a grande parte dos políticos está mais interessada em se manter no poder do que em solucionar os problemas daqueles que os elegeram, cabe aos dirigentes empresariais, que patrocinam as campanhas eleitorais, a responsabilidade de selecionar e fazer alianças com representantes realmente engajados na construção de uma sociedade mais igualitária, baseada em valores éticos e humanos. Em depoimento exclusivo, ele analisa a situação atual e pede à classe empresarial que utilize sua força para mudar de vez os rumos da Nação.

IGUALDADE
"Nós somos o país dos privilégios. O Brasil nasceu como uma colônia portuguesa já com privilégios, e, de lá para cá, o nosso sistema político vem facilitando muito esse tipo de conduta. A maior parte das arbitrariedades a que assistimos são resultados de leis inadequadas que foram votadas para conquistar o voto de pequenos grupos, porque, como os deputados não dependem de uma determinada área, eles podem colher votos em qualquer lugar. Hoje, temos um país que não é pobre, mas que apresenta uma péssima distribuição de renda, o que faz com que o número de consumidores seja muito menor do que poderia ser. Se tivéssemos um equilíbrio maior, nós teríamos muito mais consumo e as empresas seriam beneficiadas. Por isso, é preciso mudar a situação política para que, ao invés de ser o país dos privilégios, o Brasil passe a ser o país das oportunidades iguais para todos."

RESTRIÇÕES
"Outro aspecto negativo da legislação brasileira é o fato de ela ser antiempresarial, impondo sempre restrições para quem pretende empreender ou está empreendendo. O número de atividades burocráticas que os empresários são obrigados a exercer é extremamente grande, chegando a ocupar cerca de 30% da nossa força de trabalho. Isso não existe em nenhum lugar desenvolvido ou em desenvolvimento do mundo, e também é resultado de uma política inadequada, porque parece que as nossas leis são feitas para criar dificuldades com o objetivo de vender facilidades. A medida mais urgente nesse sentido seria melhorar a relação entre os representados e os representantes, que hoje é muito ruim, por meio de uma representatividade comprometida com a maioria, ou seja, em vez de termos o poder das corporações, devemos ter o poder das populações."

AGENTES DO DESENVOLVIMENTO
"A figura do empresário no Brasil nunca foi muito bem vista. Isso felizmente vem mudando, mas há trinta anos o empresário ainda tinha aquela imagem de explorador, do homem que ficava rico explorando os outros. Hoje as pessoas já começaram a entender que os dirigentes empresariais desempenham um papel crucial na sociedade. As entidades de classe falharam historicamente no mundo inteiro no sentido de mostrar a importância do empresário como agente do desenvolvimento para todos. É fundamental que o empresário esteja muito próximo da área política para discutir, identificar e ter a coragem de selecionar seus representantes com critério. Não somos nós que elegemos todos os políticos, mas podemos selecionar aqueles com os quais queremos conviver, buscando apoiar as pessoas certas, além de acompanhar o trabalho delas no exercício do poder legislativo. Os empresários têm a obrigação de ajudar a construir um país decente do ponto de vista social. A proposta do PNBE para 2022, o ano que marca o bicentenário da independência brasileira, é que possamos viver em um país mais justo, com outra qualidade de vida, marcada pelo compromisso e pela união."


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