Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 610 (14/12/2003)

Economia em Três Dimensões

O Brasil que surgiu com a estabilidade da moeda, com as privatizações e com a abertura de mercado mostrou que o empresário nacional possui capacitação gerencial para ser competitivo e aumentar a produtividade, mesmo em condições adversas às iniciativas empreendedoras. Embora o cenário econômico brasileiro apresente uma série de instabilidades e turbulências, o País desperta para nova fase de desenvolvimento tanto em nível interno quanto externo, com as exportações ocupando um lugar de destaque em termos estratégicos. O ano de 2003 foi marcado por incertezas e especulações de todas as partes com relação aos rumos da Nação em âmbito global, deixando muitos negócios em compasso de espera. Apesar da insegurança, é preciso que todos os dirigentes empresariais tomem consciência da necessidade de traçar um plano de ação para o período que se inicia, tomando como base os possíveis desfechos ou até mesmo a manutenção da situação atual. Em depoimento exclusivo, Cláudio Araújo Peçanha, diretor da BPE Investimentos - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3269-5241, empresa gestora de fundos de investimento para pequenas e médias empresas, analisa três possibilidades de evolução da economia para 2004, indicando os procedimentos a serem tomados para cada caso.

MEDIOCRIDADE
"Se nós tivermos a manutenção do comportamento medíocre da economia em 2003 em todos os setores, o cenário para 2004 vai continuar apresentando um forte desemprego, um nível de tributação muito elevado e a possibilidade de recessão. Nós ainda não estamos chamando de recessão o que está acontecendo, mas tenderia a isso. Nessas circunstâncias, o empresário brasileiro deve procurar formas de melhorar a produtividade, procurando depender cada vez menos de financiamentos de uma forma geral. Essa configuração também vai determinar o mesmo nível da carga tributária do setor produtivo, assim como um volume muito baixo de investimentos em decorrência de um mercado de capitais extremamente atrofiado. Para que o empresário possa sobreviver nessa conjuntura econômica, ele vai precisar encontrar meios para aumentar a produtividade dentro do negócio como está, ou seja, não adianta abrir novas fábricas, contratar mais funcionários, porque tudo isso será penalizado no cenário de manutenção."

INFLAÇÃO
"Já o cenário econômico, dentro de uma perspectiva negativa, acarretaria um processo maior de falências empresariais, de inadimplências intersetoriais, envolvendo as negociações com os fornecedores. Como a primeira conta que o empresário brasileiro deixa de pagar é a tributação, existe um risco muito grande de comprometimento da estabilidade econômica do País, pois a arrecadação de impostos, que foi elevada em 2003, permitiu que o governo mantivesse um superávit primário relativamente bom, possibilitando a renovação do acordo com o FMI. Se houver uma recessão maior, conseqüentemente o governo vai deixar de cumprir as suas metas e, do ponto de vista histórico, teremos a volta da inflação. Nesse sentido, podemos afirmar que, na pior das hipóteses, vamos assistir a uma tempestade, com o retorno do processo inflacionário. Não restará opção ao empresário brasileiro, a não ser demitir pessoal para enxugar a estrutura e não pagar impostos. Não estamos recomendando que ele faça isso, mas objetivamente é o que vai acontecer."

INVESTIMENTOS
"Podemos também prever um cenário otimista, porque temos forças interagindo no atual governo que podem levar a essa configuração. Uma delas é manutenção da abertura do mercado, a outra é a Alca, mas o importante é que o governo deixe de controlar e atrapalhar o processo de competitividade nacional. O terceiro fator é continuar mantendo a taxa de câmbio livre para garantir a possibilidade de um fluxo de recursos externos maior. Os fundos de investimento estrangeiros só mandarão dinheiro para o Brasil se tiverem a segurança de que a taxa de câmbio vai flutuar livremente. Nesse cenário, o empresário tem que ousar, tem que crescer. Ele não pode perder a oportunidade de melhorar o seu negócio, aumentando a base produtiva com o mínimo de endividamento, de preferência buscando capitais de investimento de longo prazo."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil

Hífen Comunicação


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Maria Alice Carnevalli - MTb. 25.085 • Repórter: Fernando Bóris;
Revisão: Angelo Sarubbi Neto • Ilustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.