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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 312 (29/03/1998)

A Bandeira da Fé Pública

A convivência obrigatória com a inflação galopante, que avassalou a economia e as empresas nacionais até há bem pouco tempo, inviabilizando qualquer tentativa de planejamento sério, não impediu que as empresas contábeis prestassem aos clientes não apenas excelentes serviços no seu campo de especialização como também assessoria e consultoria administrativas e de gestão. Também criou-se e pôs-se à disposição de estudiosos estrangeiros até uma "cultura", por assim dizer, de administração e gerenciamento em ambiente inflacionário. Esse modelo econômico - fortemente marcado, ainda, por complicadores no campo fiscal-tributário com o emaranhado de leis, regulamentos e outros dispositivos, por uma legislação previdenciária complexa e por um código comercial ultrapassado - formou, ao longo de décadas, o cadinho em que foi talhado e recebeu a devida "têmpera" o nosso contador, o melhor profissional do mundo no ramo - eis o mais importante fruto da superação dessas peculiaridades. A análise, apresentada em depoimento exclusivo, é do empresário José Maria Chapina Alcazar, da Seteco - Serviços Técnicos Contábeis Ltda. - www.seteco.com.br -, empresa premiada como modelo da categoria, no âmbito do Mercosul, em 1997. A seguir o seu depoimento.

COMPETÊNCIA
"O empresário de contabilidade, além de capacitado a cuidar de seus negócios, incorpora os talentos de consultor, de auditor, um pouco de advogado, pois precisa entender de Direito Tributário e saber interpretar leis, e também de psicólogo, porque tem de ouvir os clientes praticamente no 'divã' de analista... O contador é, então, o profissional com a maior competência para analisar e avaliar em profundidade qualquer situação do empresário usuário do serviço. A pregação a favor da educação continuada - um dos processos de reciclagem e atualização mais inteligentes que a classe desenvolveu -, a meu ver, só vem confirmar a condição de excelência da grande maioria dos contadores. Esse potencial até recentemente não vinha sendo aproveitado pelos clientes por deficiência de divulgação da parte dos próprios profissionais; tanto isso é verdade que até entidades representativas das classes produtoras têm visão muito distorcida da contabilidade. Como vice-presidente financeiro do Sescon/SP, sinto-me também na obrigação de começar a mudar esse quadro, mostrando à sociedade o real valor da categoria."

RESGATANDO VALOR
"Os empresários estrangeiros conhecem o efetivo valor da função do contador, pois não tomam nenhuma decisão sem fundamentar-se nos registros, dados e projeções das peças contábeis. Somente agora, diante do desafio da concorrência aberta com o mundo globalizado, é que o brasileiro está mudando a 'cultura' e resgatando o valor do profissional de contabilidade e utilizando, adequadamente, a ferramenta gerencial (e de verdadeira consultoria) colocada à disposição. Cabe especialmente ao contador, ainda, a relevante tarefa de participar, constantemente, ao empresário, a sua mutação patrimonial e financeira, prevendo o agravamento de problemas e evitando que ele, diante de situações críticas, desembolse verdadeiras fortunas com consultores, na maioria das vezes sem sucesso."

FÉ PÚBLICA
"Nossa bandeira maior deve ser a conquista do atributo de fé pública. Se temos condições para exportar 'cultura' de controle da inflação ou de atuar em 'ambiente econômico adverso', por assim dizer, por que o contador brasileiro, à semelhança dos colegas americanos, não tem fé pública? Nos Estados Unidos, as autoridades aceitam sem contestar a autenticidade das contas das pessoas físicas e jurídicas assinadas pelo contador, porque já é notório que se trata de profissional íntegro e, portanto, merecedor de respeito. Para mudar essa situação, será necessária a realização de parceria entre os bancos e as demais instituições financeiras com as entidades contábeis, exercendo os Conselhos Regionais de Contabilidade o papel efetivo de órgão fiscalizador. Desse modo, não se colocaria mais em dúvida um documento firmado pelo contador. Na eventual ocorrência de problema de idoneidade com tal atestado, o profissional incorreria em penalidades como as vigentes em qualquer outra profissão regulamentada."


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