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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 659 (21/11/2004)

Da Escola para o Mercado

Falar em otimismo, na capacidade para administrar riscos e para descobrir novos nichos mercadológicos com atualização tecnológica é muito fácil para quem está diante de alunos do curso de administração ou mesmo nos cursos de capacitação ministrados por entidades que buscam desenvolver o empreendedorismo no Brasil. No entanto, mostrar como esses princípios podem e devem ser vivenciados de fato no cotidiano das empresas, especialmente naquelas de pequeno e médio portes, consiste em um posicionamento educacional que necessita ser adotado com urgência e com profundidade por quem pretende formar empreendedores capazes de enfrentar e vencer os desafios de um mercado em constante processo de mutação. Essa necessidade de mudança iminente, em razão da dinâmica das relações comerciais e da velocidade imposta pela globalização da economia, foi identificada e discutida pelo professor Mauro Kreuz, presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (ANGRAD) e coordenador do grupo de excelência em gestão de instituições de ensino superior do Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), durante o evento Em Busca da Qualidade do Ensino do Empreendedorismo, realizado nas dependências da Casa do Administrador (www.crasp.com.br - tel.: 3082-7066) no dia 27 de outubro.

DIRETRIZES
"Muito se fala de empreendedorismo, mas pouco se faz. Nós temos um povo cujas características de formação são propícias a negócios, a novas oportunidades, a momentos de inovação, e precisamos de uma maneira ou de outra implementar isso nos currículos, nas disciplinas, na fala dos professores. O fato é que nós não podemos mais permitir uma formação empreendedora engessada, que não acompanha a velocidade que a globalização nos coloca e a necessidade que temos em termos de desenvolvimento. O País possui uma tradição de formação de executivos em detrimento do empreendedor, mas a literatura mostra que há uma confusão enorme nesse caso, pois o executivo é o empreendedor das grandes corporações em todas as suas áreas. Esse tema deve ser tratado agora nas escolas por causa das novas diretrizes curriculares, que sinalizam uma ampla liberdade na organização e na reconstrução pedagógica, possibilitando maior liberdade na formação do administrador como empreendedor."

FORMAÇÃO
"Quando discutimos a formação do empreendedor, temos reforçado a necessidade do fortalecimento das ciências básicas na administração, para fazer com que as pessoas aprendam a pensar para entender o meio e depois as técnicas, que são muito simples. É cada vez mais fácil aprender as técnicas, e não precisa fazer faculdade para isso. Agora, saber para que e como utilizá-las muda tudo. Vamos trabalhar em busca da qualidade do ensino do empreendedorismo nos cursos de administração. Eu não conheço nenhum curso que possa navegar pelo lado empreendedor como esse, e não é acaso que nós temos hoje mais de 1.480 faculdades de administração no País. No sentido mais amplo e aplicado, a administração é uma ciência social e, portanto, interage com o meio social, afetando esse ambiente e sendo afetada por ele. Trata-se de uma ciência aplicada, ou seja, tudo que se ensina deveria ser aplicável, é por essa razão que eu defendo hoje uma mudança estrutural no direcionamneto do ensino da administração. Se é uma ciência aplicável, o ensino tem que mostrar como isso funciona na prática."

DISTANCIAMENTO
"Se nós jogamos muito dinheiro fora com tecnologia da informação, jogamos muito dinheiro fora também com capacitação, porque não há um direcionamento definido. Quando colocamos essas questões no contexto do ensino, elas se tornam mais complexas e desafiadoras. Nesse sentido, é fundamental ter uma visão empreendedora de forma que as oportunidades sejam percebidas e exploradas, tendo em vista um horizonte favorável. Se começarmos a contrapor as estatísticas, vamos perceber que o mercado e o universo acadêmico estão muito distantes. Ao observarmos as causas de mortalidade empresarial das micros e pequenas empresas do Brasil, vamos ver claramente que não existiam nesses casos os elementos básicos de administração. Se formos analisar as pesquisas sobre ferramentas de gestão e a satisfação que elas causam, fica nítido o desconhecimento de quem empreende das ferramentas da administração."


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