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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 715 (18/12/2005)

Engenharia da Sobrevivência

Para vencer o desafio de empreender no mercado atual, trabalhar com afinco e dedicação todos os dias e acreditar que o negócio vai dar certo são atributos indispensáveis a todo tipo de empresário. No entanto, além de ser um grande estrategista, qualquer dirigente empresarial precisa entender que, em primeiro lugar, é um ser humano que precisa buscar a harmonia permanente com relação aos seus medos, às suas angústias e à sua necessidade de auto-estima. Por isso, aqueles que possuem uma válvula de escape como suporte para aliviar a pressão e as tensões do exercício do empreendedorismo, certamente terão muito mais oportunidades de garantir o controle emocional e descobrir saídas inusitadas para os problemas da empresa. A prática de um esporte, de uma habilidade artesanal ou até mesmo um hobby ajudam a construir uma estratégia de sobrevivência baseada no lazer e na manutenção de uma estrutura mental sadia e mais criativa. Um grande exemplo nesse sentido vem de Og Pozzoli, diretor da Isoterma Construções Técnicas Ltda., [email protected] - Tel.: (11) 3672-3222. Em depoimento exclusivo, ele relata uma trajetória empresarial de cinco décadas, sempre acompanhada da paixão por carros antigos que serve como fonte de inspiração para superar todos os obstáculos.

MILAGRE BRASILEIRO
"Eu sou de Natal e vim para São Paulo no final dos anos 50. Depois de trabalhar como empregado por algum tempo, resolvi montar meu próprio negócio. Reparei que ainda não havia nada no campo de impermeabilização e isolamentos térmicos em termos técnicos. Foi então que resolvemos montar a Isoterma, eu, meu pai e um sócio português. No princípio, nós trabalhávamos praticamente com representações da área de impermeabilizantes e de isolamentos térmicos, mas já havíamos notado que não existiam grandes empresas nesse segmento e que se tratava de um campo muito procurado e muito pouco especializado. Decidimos especializar-nos nessa atividade e tivemos a sorte de pegar a era Juscelino Kubitschek e também de participar da construção e da inauguração de Brasília. Na década de 70, nós partimos para o exterior. Fomos para a Argélia, para a Líbia, para a Mauritânia, e tivemos a oportunidade de trabalhar na construção de Itaipu. Era a época do milagre brasileiro, que se projetou internacionalmente, fazendo do Brasil o país dos investimentos."

INTERROGAÇÃO
"Naquele tempo, as pessoas eram estimuladas a empreender, todo mundo empurrava e ajudava, porque a abertura de uma empresa estava criando empregos e estimulando a industrialização. Hoje, o empresário não tem dinheiro e não tem condições de investir, haja vista que o sonho de todo empresário brasileiro é vender seu negócio para uma multinacional, infelizmente. Por isso, deve haver muita coisa errada no nosso modelo econômico. Há uma interrogação muito grande em todo investidor, quer seja ele nacional, quer seja ele estrangeiro. E essa interrogação é até que ponto vale a pena investir no Brasil ou investir no exterior? Quando um homem desses é indagado sobre isso, ele diz que não há segurança no Brasil. Isso é triste, essa é a palavra-chave, falta de segurança nos negócios e como pessoa física também."

HOBBY
"Nesses 48 anos eu tive a oportunidade de formar uma das maiores coleções de automóveis antigos do mundo. Por meio desse hobby, eu conheci o País inteiro e ganhei amigos em toda parte. Hoje, sou até mais conhecido como colecionador de carros do que como empresário. Isso é muito gratificante, pois para mim é uma satisfação adquirir um carro, restaurar e vê-lo voltando à vida. Por essa razão, eu acredito que seja daí que vem a minha energia para enfrentar a rotina empresarial. Eu sinto pena quando um empresário diz que não tem um esporte, um hobby, que só trabalha, porque eu acho que não é por aí. É ruim para ele e para a família, pois ele passa a ser uma engrenagem do negócio e nunca pode se esquecer de que é um ser humano que tem necessidades, tem prazeres e motivações internas que precisam ser sempre alimentadas. Acho que todo empresário deve buscar uma fonte de prazer. Que ele seja ciclista, iatista, atleta, artista plástico, pintor, escultor ou que se dedique então à filantropia ou a uma entidade de classe."


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