Para Sempre Empreendedor
Quem possui uma vida inteira de dedicação à livre iniciativa certamente vai levar a marca do empreendedorismo no decorrer da existência. O envolvimento com a tarefa de gerenciar pessoas e negócios todos os dias acaba transformando-se em estilo de comportamento que permanece para sempre, tornando a chama do espírito empreendedor eterna. Ser dono do próprio negócio, para aqueles que são empresários de fato e por vocação, significa muito mais do que um meio de sobrevivência. Nesse sentido, comandar uma empresa vai além de uma simples tarefa profissional para se transformar em uma missão social e em um compromisso individual de sucesso e de crescimento. Prova disso é o caso de Enrico F. Cirillo, um dos diretores da Office Mídia - e-mail: [email protected] - Tel.: (11) 3682-4742, especializada na criação de publicidade por meio de outdoors. Ao vender a antiga empresa, que teve início no final da década de 60, para uma multinacional por uma proposta irrecusável, ele sentiu saudades e recusou a aposentadoria. Em pouco tempo, juntamente com os mesmos sócios de antes, decidiu voltar para a ativa e montou um novo negócio na mesma área de atuação. Hoje, enfrenta o desafio de ser concorrente da estrutura que criou. Em depoimento exclusivo, ele fala da solidão longe do mercado, do arrependimento e da vontade de retomar aquilo que já foi seu.
COMEÇO
"Em 1969, montamos uma empresa pequena chamada Local Publicidade, que começou em São Paulo. Durante o dia, fazíamos contatos com os anunciantes das agências de publicidade e, à noite, íamos para o galpão para dirigir o caminhão que levava os funcionários para montagem dos outdoors nas ruas. Depois, tivemos a oportunidade de expandir para a grande São Paulo e outros estados brasileiros. Nessa mesma época, eu e mais um grupo de jovens nos reunimos e conseguimos formar um grupo de mídia que estabeleceu de forma pioneira, por meio de pesquisas, como deveria funcionar a propaganda no País em termos de tempo de intervalo comercial nos veículos eletrônicos, exposição de outdoors e espaço nos veículos impressos. Todos esses conceitos foram estabelecidos por nós, do ponto de vista das exigências e da fiscalização, pois ainda não havia nada estipulado."
VENDA
"No ano de 2000, surgiu a oportunidade de vender a empresa para uma multinacional. Foi uma ação inédita, porque, até então, nenhum grupo estrangeiro tinha comprado uma empresa de serviços no Brasil. Eles fizeram uma proposta que nos deixou balançados e tomamos a decisão de vender. Depois disso, tentei algumas investidas em outras áreas, mas resolvi voltar a fazer aquilo que sabia. O dinheiro só me trouxe uma solidão que não me fez bem, uma sensação de vazio muito grande. Por isso, eu e meus dois sócios que também compartilhavam esse sentimento, resolvemos começar tudo de novo no mesmo ramo de atuação, e hoje somos concorrentes da empresa que vendemos e nossa intenção é readquiri-la. Temos uma sensação grande de arrependimento e queremos ter aquilo que criamos de volta. O erro do empresário está em pensar em se aposentar, é uma maneira de se enterrar por antecipação. Ninguém deve se aposentar, pois a ilusão do descanso funciona por alguns meses. Depois vem vontade de ter a vida movimentada, de ser útil novamente."
ELIXIR
"O elixir da saúde é trabalhar e ter sonhos. Hoje, já me sinto melhor, porque estamos crescendo e já expandindo no interior de São Paulo e em outros estados. A cada mês, inauguramos escritórios em novas cidades, e isso dá uma sensação alegre de ganho e de construção com capital próprio. Quem quer empreender atualmente precisa procurar novas oportunidades de mercado e preparar-se tecnicamente para enfrentar o desafio empresarial. Tem que saber computação, falar mais de um idioma, ter conhecimento universitário e estar a par de tudo que acontece. Quando delegamos uma praça a um gerente, a nossa estratégia infalível é criar uma estrutura de benefícios para que a pessoa nunca coloque em risco o seu emprego. Se tivesse que orientar um empresário com a minha experiência, diria para lutar e jamais vender o seu negócio, por pior que esteja a situação. Trata-se de uma questão de respeito para com ele mesmo. Nunca se deve parar de trabalhar fazendo aquilo que conhecemos, isso é fundamental."
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