Home











...



« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 329 (26/07/1998)

Pequena Indústria Disputa o Poder

Embora tenham surgido no Brasil para representar e defender os interesses dos diversos segmentos industriais, os sindicatos de hoje acabaram transformando-se em casas de poucas indústrias. Diante das transformações provocadas pela economia globalizada, que gera oportunidades cada vez maiores de investimentos em escala mundial, órgãos tão expressivos como o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) não poderiam perder a oportunidade de discutir a nova realidade com a apresentação de uma proposta de oposição para as próximas eleições a serem realizadas em 26 de agosto. Nesse confronto público de idéias, a candidatura do empresário Joseph Michael Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) - Tel.: (11) 887-8899 -, é uma prova, que as instituições se mantêm vivas e dispostas a mudar com o objetivo de solucionar os graves problemas do seu setor. A escolha dos legítimos representantes cabe unicamente à capacidade de avaliação dos seus próprios pares. Em depoimento exclusivo, Couri fala da sua visão sobre o papel atual das entidades de classe no desenvolvimento do País.

RUPTURA
"Nossa chapa traz renovação na mais pura acepção da quebra dos paradigmas existentes. Contamos com empresários industriais comprometidos com mudanças, que sabem o que é chão de fábrica. Temos representação regional e local, homens, mulheres, microempresários, pequenos, médios, grandes e até multinacionais dos mais variados ramos, pessoas respeitadas e líderes empresariais. Um órgão de classe tem que fazer aquilo que as empresas não conseguem fazer do seu portão para fora. O único motivo de existência de um sindicato é a defesa incondicional dos seus associados. Ficamos muito felizes quando vemos o sindicalismo patronal mudando o enfoque, procurando parcerias com empresas na busca de soluções, pois a política de confrontação vai ter que mudar. Se permanecer o cenário atual, está decretada a insolvência do empresário que vive da produção. É por isso que sou candidato, pois há milhares de micro, pequenas e médias indústrias que não podem acabar."

SUPRAPARTIDARISMO
"Infelizmente, está havendo um distanciamento da neutralidade na relação com a classe política. A indústria precisa tanto das bancadas de oposição quanto da bancada governista. Não se trata de apoiar o executivo ou se opor a ele, mas sim de apoiar o Brasil, a construção de uma nação melhor, e isso se faz com a soma de todos os esforços. Sindicato não é meio de vida, é meio de defesa da sociedade e da comunidade industrial. Enquanto as pessoas não entenderem isso, não teremos um sindicalismo de Primeiro Mundo. A classe industrial dos Estados Unidos, por exemplo, teve a maturidade de conciliar o apoio da situação e da oposição, fazendo o governo buscar os interesses dela. Dessa forma, geraram nos últimos três anos 14 milhões de novos empregos, sendo 2,5 milhões deles voltados a produtos que hoje são comercializados no mercado brasileiro. Temos que aprender e evoluir numa velocidade muito maior do que aquilo que nos foi imposto, porque está em jogo agora não mais a prestação de serviços, mas sim a sobrevivência daquele que produz e promove o desenvolvimento da Nação."

COMPETITIVIDADE
"A filosofia do Simpi, que já completa dez anos de atividade, estabelece uma atuação junto a todas as facções políticas. Conseguimos a prorrogação do ICMS em São Paulo, do IPI, o convênio Disque-Tecnologia e a abertura de empresas em 24 horas, sempre com o apoio da situação e da oposição, beneficiando milhares de empresas. Temos que fazer com que a indústria seja condutora de um processo, que participe das decisões. Cerca de 48% do PIB nacional sai do Estado de São Paulo e sequer somos ouvidos. Seria bom para o Brasil a integração nacional com direito a incentivos para exportação, ampla reforma tributária, redução de custos para atrair novos investimentos, mas ninguém discute o mercado interno brasileiro. Estamos abrindo as fronteiras sem nos preocuparmos em garantir a igualdade competitiva do nosso parque fabril com os de outros países, o que está quebrando as organizações. Apoiamos a política de incentivos, mas queremos que as empresas que construíram o País tenham as mesmas condições de concorrer e prosperar."


« Entrevista Anterior      Próxima Entrevista »
...
Realização:
IMEMO

MANTENEDORES:

CNS

CRA-SP

Orcose Contabilidade e Assessoria

Sianet

Candinho Assessoria Contabil

Hífen Comunicação


Pró-Memória Empresarial© e o Programa de Capacitação, Estratégia e Motivação Empreendedora Sala do Empresário® é uma realização do Instituto da Memória Empresarial (IMEMO) e publicado pela Hífen Comunicação em mais de 08 jornais. Conheça a história do projeto.

Diretor: Dorival Jesus Augusto

Conselho Assessor: Alberto Borges Matias (USP), Alencar Burti, Aparecida Terezinha Falcão, Carlos Sérgio Serra, Dante Matarazzo, Elvio Aliprandi, Irani Cavagnoli, Irineu Thomé, José Serafim Abrantes, Marcos Cobra, Nelson Pinheiro da Cruz, Roberto Faldini e Yvonne Capuano.

Contato: Tel. +55 11 9 9998-2155 – [email protected]

REDAÇÃO
Jornalista Responsável: Maria Alice Carnevalli - MTb. 25.085 • Repórter: ;
Revisão: Angelo Sarubbi Neto • Ilustrador: Eduardo Baptistão

PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTAS ENTREVISTAS sem permissão escrita e, quando permitida, desde que citada a fonte. Vedada a memorização e/ou recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer sistema de processamento de dados. A violação dos Direitos Autorais é punível como crime. Lei nº 6.895 de 17.12.1980 (Cód. Penal) Art. 184 e parágrafos 185 e 186; Lei nº 5.998 de 14.12.1973


Hífen Comunicação
© 1996/2016 - Hífen Comunicação Ltda. - Todos os Direitos Reservados
A marca Sala do Empresário - Programa de Capacitação, Negócios e Estratégia Empresarial
e o direito autoral Pró-Memória Empresarial, são de titularidade de
Hífen Comunicação Editorial e Eventos Ltda.