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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 814 (11/11/2007)

Vocação levada a sério

Quem se dedica desde cedo a uma atividade produtiva, seja por passatempo, seja por hobby, pode estar diante de grande oportunidade de estruturar esse talento em uma iniciativa empreendedora. Afinal, gostar muito daquilo que se faz é um dos principais ingredientes capazes de transformar um negócio em um sucesso certeiro. Nesse sentido, nada melhor do que prestar atenção aos dons individuais para tentar testá-los no mundo corporativo, mesmo sem o aprendizado e o emprego de técnicas gerenciais. Basta seguir o exemplo de Teca Leopoldo e Silva, fundadora e diretora da Teca Criação e Produção Gráfica e Editora - www.teca.com.br. Apaixonada por papéis e por lápis de cor desde criança, ela não perdeu a oportunidade de, juntamente com uma amiga que compartilhava os mesmos interesses, apostar na habilidade nata e intuitiva para criar produtos e inovar no mercado de papelaria. Seu depoimento exclusivo e sincero revela uma experiência que reflete o estágio real da essência do empreendedorismo praticado no Brasil de forma totalmente empírica, que não pode ser confundido com as numerosas tentativas da simples aplicação das teorias administrativas do momento.

ESTÍMULO INICIAL
"Em 1982, fui viajar com Dora, uma amiga que desenhava todos os dias uma agenda. Eu também queria criar um modelo diferente, de uso pessoal. Até então, tudo o que estava disponível nas papelarias era muito sóbrio e conservador. Não havia nada moderno, com uma preocupação de design em termos de capa e de miolo. Dora tornou-se minha sócia desde o começo nesse projeto. Ela estava formando-se na FAAP em desenho industrial e decidiu mudar o trabalho de conclusão de curso de um livro infantil para a elaboração de uma agenda. Depois de pronta, resolvemos levá-la para o mercado. Descobrimos uma gráfica que poderíamos pagar com o dinheiro da venda do produto, pois não tínhamos um centavo para investir. Todo mundo acreditou, e vendemos, nós mesmas, mil agendas em vinte dias. No nosso modelo, cada mês tinha uma cor, e ele era todo quadriculado, encadernado com espiral com a capa preta e o número em relevo seco. Tinha um design interno jovem, bonito, e foi um sucesso sem precedentes."


MATURIDADE
"Em 1984, a empresa foi formalizada, pois nós éramos totalmente informais. Depois da agenda, como não havia papel de carta colorido, resolvemos pintar papel e imprimir em formato de carta, com envelope, e vendemos para boutiques de papel. Chegamos a produzir 80 mil agendas para uma grande rede de magazines, além dos modelos customizados para lojas de grifes. Tudo isso sem nenhuma experiência financeira e administrativa. No auge da inflação, ganhamos dinheiro, mas tudo que entrava saía. Nunca ficamos devendo nada para ninguém, pois sempre deu para equilibrar o negócio, embora o ganho fosse pequeno. Desde o início prestamos serviços na área de design como um bureaux de criação. Após sete anos a Dora resolveu trabalhar com projetos e eu acabei comprando a parte dela na sociedade. Poucos resistiram a esse momento, fomos heroínas nesse sentido, porque lidávamos com uma atividade árdua e longa do ponto de vista da maturação. Hoje, existem vários conceitos já prontos, mas as possibilidades são muito limitadas."


ALMA COM VISÃO
"O grande diferencial do nosso trabalho é a criação de autoria, e não o que o mercado quer. Essa estratégia de estar na contramão das tendências deu-nos muita credibilidade. Estamos sempre à frente, e depois vêm as grandes empresas com estruturas enormes. Por serem agressivas, elas perdem logo a alma do negócio e a visão do produto, e é por essa brecha que nós, pequenos, entramos com força. Eu já aprendi que, nesse segmento, tudo acontece demoradamente e tenho calma suficiente para enfrentar essa espera. Nossa estrutura é pequena, não tem a gordura do marketing e a preocupação promocional, pois sou contra isso. Conseguimos visibilidade graças às parcerias com empresas que utilizam nossos produtos para decoração e aos displays com as nossas marcas de cartões nos pontos de venda. Este ano foi realmente de muita construção, de capitalizar para poder ter pessoas em posições melhores, trabalhando com tranqüilidade, mas 2008 que nos espere."


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