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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 826 (03/02/2008)

Paraíso das oportunidades

Mesmo com todas as dificuldades tributárias e burocráticas que o empreendedor brasileiro encontra para viabilizar o seu negócio, fazendo com que muitos desistam do sonho de empreender, a visão de alguns que vivem do outro lado do oceano Atlântico é diferente. Não são raras as pessoas que nascem e crescem em países ricos da Europa, mas sonham em morar e prosperar em locais em que acreditam que ainda existem grandes nichos de mercado a serem descobertos. A diversidade cultural brasileira, composta por imigrantes de todo o mundo convivendo de forma pacífica, atrai e colabora para que os estrangeiros se identifiquem e criem raízes permanentes, especialmente aqueles que vêm dispostos a montar uma empresa. Esse foi o caso do suíço Edgar Félix Müller, que, muito jovem, chegou aqui no início dos anos 80, trazendo, além do conhecimento em informática e contabilidade, os equipamentos necessários para montar uma pequena indústria de peças de precisão, ou mecânica fina, na região do ABC paulista. Sete anos mais tarde, a sorte levou um médico a propor ao seu sócio brasileiro na época que entrassem no ramo da eletrônica para a fabricação de bombas de infusão destinadas aos hospitais. Assim surgiu a Samtronic Indústria e Comércio Ltda. - www.samtronic.com.br - da qual ele é hoje um dos diretores. Com exclusividade, Müller relata uma trajetória de vinte anos que levou a empresa a receber o Prêmio Exporta São Paulo 2007.

FOCO
"Havia pouca concorrência no mercado de equipamentos médico-hospitalares. Por isso, optamos por esse foco para o negócio, que foi descoberto por coincidência, graças a um médico que teve contato conosco e estava interessado em bombas de infusão. Como já tínhamos o know how para esse tipo de fabricação, ele nos ajudou no desenvolvimento do produto e, depois de certo tempo, passamos a caminhar por conta própria. Naquela época, eu ainda atuava na metalúrgica, mas não estava satisfeito. Vendi a empresa para fundar a Samtronic com dois outros sócios. Um deles ainda está atuando comigo, mas o outro já se desligou. Nunca pensei em desistir, mesmo tendo a possibilidade de voltar e ter uma situação confortável na Suíça. Acredito que enquanto estamos no meio do turbilhão, não conseguimos parar para racionalizar e seguimos em frente como todo mundo, reagindo e indo à luta todos os dias."


PADRONIZAÇÃO
"Quando a Samtronic nasceu, não tínhamos um gerenciamento adequado da empresa, apesar de termos desenvolvido produtos razoáveis. Decidi então assumir a direção em 1994 e, a partir daí, fizemos um levantamento do que vinha sendo realizado pela concorrência e do que estávamos fazendo. Foi quando reparamos que o nosso principal erro estava no fato de cada produto apresentar uma pequena diferença que alterava a sua qualidade, ou seja, não tínhamos um padrão uniforme de fabricação. O passo mais importante no desenvolvimento da empresa nesse sentido foi a padronização da linha de produção, especialmente na parte de qualidade, usando material injetado. Investimos em equipamentos capazes de produzir peças seriadas e começamos a ter um ótimo padrão de qualidade, o que resultou em uma redução drástica dos custos."


RECONHECIMENTO
"Outro ponto estratégico foi a exportação. Nós já vínhamos fazendo exportações esporádicas, só que não havia uma decisão efetiva da diretoria de realmente apostar nesse rumo. A partir de 2003, resolvemos exportar por duas razões, primeiro, para ter uma maior estabilidade em termos de faturamento, se bem que o mercado interno é muito mais interessante do ponto de vista da rentabilidade, e, segundo, para conseguir manter a produção em escala. Se mantivéssemos um nível de equipamentos para exportação, aumentaríamos a fabricação de equipamentos dentro da empresa. Isso colaborou para a redução dos custos e para a manutenção da estabilidade na linha produtiva. Um fator também marcante para nós e para todos que atuam nesse segmento foi a conquista das certificações, que começou com a ISO no início dos anos 2000. A adequação dos equipamentos às normas internacionais permitiu que a empresa chegasse a exportar cerca de 50% da sua fabricação para alguns modelos, o que nos levou a receber o Prêmio Exporta São Paulo 2007."


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