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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 337 (20/09/1998)

O Segredo de Trabalhar Bem

Uma andorinha só não faz verão. Traduzido para o mundo dos negócios, esse velho ditado revela o caminho para o sucesso no segmento de bares e lanchonetes de pequeno porte: em vez de administrar diretamente uma única casa e ficar estagnado, deve-se investir na aquisição de novos pontos e delegar a tarefa administrativa aos gerentes, desde que seja estabelecida uma relação de confiança e uma margem de lucro garantida para o dono. Quem dá a receita é Paulo Valmiki do Nascimento - Tel.: (11) 228-4747, proprietário de cinco estabelecimentos comerciais do ramo na região central de São Paulo: Bar e Café Conceição, Bar e Lanchonete Madragoa, Bar e Lanchonete Taça de Ouro, Bar e Lanchonete Darling e Lanchonete Amélia. Vindo do interior do Ceará há trinta anos, onde só conhecia a atividade braçal da roça, ele pode ser considerado o modelo do empreendedor vitorioso, capaz de se expandir e gerar empregos. Sua visão empresarial inata de aspectos básicos como bom atendimento e ênfase nos recursos humanos, tão debatidos em cursos e palestras dirigidas, comprova ser, na prática, a forma mais adequada de prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente. Com a ajuda do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) do Banco do Brasil, encontrou um aliado para ampliar seu negócio. Em depoimento exclusivo, o empresário revela por que suas iniciativas deram certo.

SELEÇÃO FAMILIAR
"Quando cheguei aqui, depois de trabalhar em uma tecelagem, resolvi mudar para o ramo de bar, como ajudante de cozinha e cozinheiro, onde se comia, bebia e o que sobrava era lucro. Aí fui para uma padaria como balconista, pois percebi que no balcão a gente tem chance de ir para a frente, e eu sempre tive o sonho de ter o meu próprio negócio. Morava nos fundos e economizava tostão por tostão, até montar, em 1972, o meu primeiro bar, com um irmão perto do Largo São José do Belém. Fomos sócios por dezoito anos, mas repartimos a sociedade e eu segui sozinho. Administrar é uma questão de selecionar quem vai trabalhar, procurar gente séria, de confiança. Tenho cerca de sessenta funcionários, quase tudo gente da minha região, do município de Cruz, a 250 quilômetros de Fortaleza. A maioria é formada por parentes, ou seja, um vem trazendo o outro e se responsabilizando pela indicação também, o que é bom para o negócio. Considero o pessoal que trabalha comigo uma família."

RONDA DIÁRIA
"Todas as lojas são controladas por gerentes, eu não pego em dinheiro. Quando chega no fim do mês, eles depositam o total na minha conta, e eu faço a conferência do que eles faturaram e dos cheques que foram movimentados. O que eu sempre cobro é a margem de lucro combinada. Quem não confia em ninguém nunca vai crescer. Costumo falar que o gerente está no lugar do dono, olhando para todos os lados, e os outros empregados têm que respeitá-lo dessa forma. Se o movimento de uma casa caiu, eu não vou falar com o balconista, vou falar com o gerente, porque a responsabilidade é dele. Para supervisionar tudo isso, eu visito cada estabelecimento de duas a três vezes por dia, sem horário certo, ou seja, posso chegar a qualquer momento. Sempre procuro treinar meus funcionários para ficarem de olho no freguês. Tratar bem é a chave para cativar o freguês e fazer o negócio ir para a frente. Trabalhar certo para mim é isso, o segredo está na qualidade do atendimento e dos serviços."

FINANCIAMENTO
"Sempre ampliei meu negócio com meus próprios recursos, mas, quando surgiu a oportunidade de abrir uma linha de crédito pelo Banco do Brasil, resolvi aceitar a sugestão do meu gerente. Quem pede empréstimos a agiotas a juros de 10%, hoje, não consegue pagar, mas, no caso do Proger, tudo fica mais fácil. Foi um bom negócio, pois pude ampliar, reformar e modernizar meus estabelecimentos, graças às baixas taxas de juro desse programa de apoio à microempresa, empresas de pequeno porte, cooperativas e associações, assim como pessoas físicas que trabalham no setor informal da economia. Quando puder, para um novo investimento, vou tentar levantar mais crédito, porque quero continuar crescendo. Com cinco casas, consigo lucrar e crescer para gerar novos empregos, o que não aconteceria se me dedicasse exclusivamente a uma só, por mais que eu ficasse em cima, controlando tudo. Disso, tenho certeza absoluta."


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