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« Memória Empresarial • ANO XXVIII - Ed. 871 (14/12/2008)

Crise de conhecimento

Se antes era possível abrir um negócio sem ao menos saber ler e escrever e ser bem sucedido financeiramente, a complexidade do mercado de hoje requer não apenas o conhecimento específico para administrar uma empresa como também exige que qualquer empreendedor vença a barreira da preguiça mental e busque um aprendizado contínuo e capaz de garantir uma visão amplificada do mundo em que está inserido, muito além da tecnologia que se perde com o tempo. Para saber compreender relatórios, artigos sobre economia e os índices que ajudam a nortear a tomada de decisões estratégicas, possibilitando a ação eficaz em momentos de crise, é preciso ter consciência da importância não só da informação e da comunicação no universo corporativo como também da necessidade de interpretá-la da maneira mais correta possível. Quem faz o alerta é Thomaz Caspary, diretor da Printconsult Consultoria Ltda.www.printconsult.com.br –, empresário da área gráfica, formado na Alemanha e com pós-graduação nesse segmento. Em depoimento exclusivo e enfático, ele faz um balanço da atual situação que atravessa a economia global, além de prever os possíveis reflexos da recessão para o próximo ano no seu ramo de atuação.

ISOLAMENTO
"O grande problema é que muitos empresários brasileiros, principalmente os mais antigos, preocupam-se apenas em analisar números e em tentar achar os culpados para os resultados ruins. Eles não lêem e, conseqüentemente, não adquirem conhecimento e informações sobre o mundo que os cerca. Acredito que isso acontece não só no segmento gráfico mas também de forma geral. Não há a preocupação por parte desses dirigentes em entender os fatores econômicos, bem como o relacionamento do Brasil com o mercado externo. Eles ficam restritos às suas empresas e não procuram trocar idéias com organizações do mesmo ramo, limitando-se a fazer aquilo que os outros estão fazendo em vez de discutir com seus pares. Para isso, existem as associações de classe, que definem as medidas que podem e devem ser tomadas junto dos órgãos do governo e também as entidades de ensino como o Sebrae, o Senai e outras, mostrando o que fazer para crescer sem deixar uma porta escancarada para a crise, mas sim para encontrar novas oportunidades de negócio."


COMODISMO
"Os números não costumam ser indicadores de sucesso pelo fato de não serem confiáveis, com exceção dos dados fornecidos pela contabilidade. No nosso ramo de atividade, os números de produção e de produtividade são chutados em 90% dos casos. Isso acontece principalmente com as pequenas empresas pela comodidade, pois o empresário não quer defrontar-se com uma realidade que vai obrigá-lo a mudar seu desempenho. Muitas vezes, ele não sabe montar o seu custo e tem medo de dar um preço muito baixo. Então, ele agrega as gordurinhas e, com isso, deixa de ter uma visão real do quanto deve cobrar. Quando ele consegue vender, quem acaba pagando por esse erro de cálculo é o consumidor final. Hoje, nós já temos softwares específicos no nosso ramo industrial e nos outros também que fornecem o pré-cálculo e o pós-cálculo, indicando onde houve lucro ou prejuízo em cada tarefa. As ferramentas existem, só que os médios e os pequenos empresários vêem a implementação de um sistema desses como mais um custo e não como um investimento."


PERSPECTIVAS
"Tudo mostra que teremos uma recessão até pelo menos setembro de 2009. Depois disso, a situação deve melhorar, mas durante essa recessão alguns vão quebrar literalmente, pois não vão ter como se segurar, enquanto outros vão passar por muitas dificuldades, porque o crédito bancário está muito caro. Existem ainda aqueles que vão aproveitar essa crise para achar outros caminhos em termos de crescimento e vão ganhar, dependendo da conduta de cada empresário. Vai ser um ano mais difícil para alguns e mais fácil para outros, pois as grandes empresas do segmento estão voltadas para as áreas de embalagem e de publicidade. Nas áreas de jornais e revistas, a tiragem vai diminuir drasticamente, mas, em nível global, vai crescer pelo menos 25%, porque a cada dia surgem novos títulos para segmentos específicos. Também para o papel destinado à impressão pelos computadores está previsto um crescimento de 40%."


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