Superação como meta
Por trás de toda trajetória empreendedora de sucesso existe sempre uma história de desafios superados pela intuição na prática e pela fé na possibilidade de fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Quando essa experiência começa desde cedo, fazendo de uma criança que, já ao nascer, contrariou o parecer da medicina, a exigência de nunca aceitar um não como resposta acabou transformando-se no maior incentivo para ser criativo, curioso e para se reinventar quando se fizesse necessário. É o exemplo de Sidney Santos, fundador e diretor do Grupo SID, especializado na produção e na distribuição de suprimentos e equipamentos para comunicação visual (www.sidi.com.br). Nascido e criado dentro de um circo em que trabalhou dos três aos treze anos como palhaço, ele venceu o medo do público e aprendeu a transformar a relação com a platéia em cumplicidade. Depois de deixar o picadeiro, trabalhou como bancário e foi atuar no ramo de motocicletas. Hoje, com apenas 37 anos, ele revela de forma exclusiva como expandiu seu negócio para vários segmentos na área de serigrafia com a colaboração de um sócio e por meio de franquias, partindo para a indústria e para a internacionalização com filial em Miami, o que lhe valeu o reconhecimento do mercado e a premiação pelo Histórico de Realizações da revista Exame.
INSPIRAÇÃO
"Com 17 anos, ia às lojas vender peças de motocicleta e acabei comprando a minha, que veio com dois adesivos colados e todo mundo queria saber onde eu tinha arrumado aquelas figuras importadas que eram novidade. De tanto me perguntarem, pensei em fazer esses adesivos para vender. Comprei revistas especializadas em acessórios para motociclistas e copiei adesivos dos capacetes mais famosos. Cheguei a fazer cem adesivos de dez modelos diferentes e fui atrás de profissionais da técnica de serigrafia. Um deles fez os desenhos, enquanto outro estampou e me deu 28 dias para pagar o equivalente a R$ 300. Saí vendendo nas lojas e, com isso, abri um novo mercado que virou moda. A idéia deu tão certo que larguei meu emprego e entrei com a cara e a coragem para abrir a minha empresa na garagem de casa. Com o aumento da demanda, comprei as máquinas mais simples e comecei a fazer serigrafia até então somente de adesivos para decorar motocicletas."
VIRADA
"Em 1993, acabou a moda e fiquei apenas com U$ 300 no bolso. Vendi meu carro e a moto para poder sustentar a empresa, mas de forma mais consciente do que era ser um empresário. Fui atrás de crescimento e acabei investindo em adesivos promocionais para todos os segmentos do mercado. Há momentos em que só o empresário tem fé no seu negócio, e eu acreditava que podia dar certo. Essa fé transformava as pessoas que trabalhavam comigo, fazendo delas bons aliados, treinados para ter a essência da minha visão de mercado. Foi quando percebi que era muito difícil comprar esse material importado e pensei em vendê-lo. Em 1996, dei uma virada na empresa com a abertura de uma loja para distribuir esse produto, passando a fornecer para meus concorrentes. Como deu certo, acabei dedicando-me somente à distribuição e mostrando que a inovação pode ser muito simples. Em vez de vender o rolo do adesivo como os importadores faziam, eu vendia por metro no varejo e fui o pioneiro nesse tipo de comércio."
CRESCIMENTO
"Como tinha uma grande experiência na parte de serviços e um nome forte, decidimos abrir um sistema de franquia para os melhores clientes. Em seis meses, abrimos seis unidades da SidOne, que era concorrente da FastSigns, a maior franquia do Brasil e do mundo do ramo. No meio desse processo de crescimento, surgiu a oportunidade de comprarmos a FastSigns e juntamos as marcas, fechando as lojas que não eram lucrativas para ter um crescimento assertivo. Em 2006, abrimos uma filial em Miami. Meu sócio foi para lá, e hoje 20% do faturamento do grupo vem do mercado americano. Também abrimos uma rede de distribuição em mais de trinta países e diversificamos bastante a nossa carteira de clientes para podermos trabalhar com flexibilidade, adaptando-nos aos vários momentos do mercado. Em julho, entramos no segmento industrial começando a fabricar poliestireno, que é a matéria-prima para a confecção de um dos materiais que vendemos."
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